Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O futuro está na internet

Preocupados com a expansão da internet como fonte de notícias do grande público, os diários mais tradicionais dos EUA tentaram de tudo para manter seus leitores: criaram novas editorias, lançaram versões de distribuição gratuita e incrementaram seus próprios sítios. A realidade que todos agora aceitam é que o futuro está na Rede.

Como reporta Frank Ahrens [The Washington Post, 20/2/05], são raros os grandes jornais que não investem na área de internet. Diários como The New York Times, The Miami Herald e Houston Chronicle, por exemplo, oferecem aos assinantes serviços de envio de notícias urgentes a minicomputadores portáteis com celular. ‘Eu diria que o modelo gratuito e virtual é o que vislumbramos em nosso futuro’, comenta Phil Bronstein, editor da San Francisco Chronicle, jornal que tem perdido leitores na edição impressa mas conta com cinco milhões de visitantes ao mês em seu sítio. ‘As coisas estão indo bem mais rápido do que pensávamos há alguns anos’.

Em geral, pode-se dizer que, nos EUA, o total arrecadado com a venda de jornais corresponde a 20% de seu faturamento. Assim, a princípio, o fato de menos gente assinar ou comprar na banca um diário poderia não afetá-lo tanto, se a tiragem não fosse o critério para definir o preço da publicidade. Por isso, o desafio dos executivos de diários agora é conscientizar os anunciantes de que os visitantes dos sítios também têm seu valor. Como explica o vice-presidente de publicação da Tribune Company, David D. Hiller, eles podem até valer mais que os leitores da edição impressa, já que, na internet, é possível saber quantas pessoas viram um anúncio e de que lugar elas são.

Hoje, o total de dinheiro investido em publicidade na rede já supera o nível atingido antes do estouro da ‘bolha da internet’, em 2001. Os portais de jornais começam a refletir esse crescimento: o sítio do New York Times passou a dar lucro em 2003, e o do Post, no ano passado. Ainda assim, o faturamento da versão impressa ainda é incomparável com o da virtual. Nos primeiros três trimestres de 2004, por exemplo, o Post faturou US$ 433 milhões com publicidade impressa, contra US$ 45 milhões com propaganda em seu sítio.