O ex-editor do diário britânico The Guardian, Peter Preston, escreveu artigo sobre como a mídia deve cobrir os casos de seqüestros cometidos por terroristas, levando em conta que a ampla repercussão que essas ações ganham mundialmente são um de seus principais fatores motivantes. ‘Os chechenos que invadiram aquela escola em Beslan e gravaram seus próprios vídeos lá dentro esperavam ver câmeras de TV se acotovelando 24 horas por dia nos edifícios ao redor’, escreve. Então, o que fazer? Banir os seqüestros da imprensa, na esperança de que os perpetradores desistam de praticá-los, por falta de publicidade?
Na opinião de Preston isso nem sempre funcionaria, pois no Iraque, por exemplo, há seqüestradores que agem simplesmente por dinheiro, não por fanatismo. Além disso, não se pode omitir fatos relevantes ao público. ‘Acredito que, numa sociedade livre, os cidadãos que têm o profundo azar de serem tomados como reféns merecem mais do que serem deixados para morrer no silêncio, para entrarem nas estatísticas dos desaparecidos’ avalia o ex-editor, que conclui: ‘O único caminho é o caminho difícil. Isso significa pensamento e reflexão de editores, repórteres e audiência também. Significa verificar, momento a momento, a natureza da manipulação e suas probabilidades. A ordem, em última análise, é contar toda a história, a verdade por completo. Os reféns têm de viver, aterrorizados no escuro. Nós temos de viver na luz’.