Após a leitura de duas matérias seguintes ao assassinato de Osama bin Laden no Paquistão, muitos leitores chegaram à seguinte conclusão: o Washington Post está tentando revelar a identidades dos seis membros do comando de elite da Marinha dos EUA que mataram o terrorista, o que seria um furo sensacional, mas também poderia colocar em risco as vidas deles e de suas famílias.
O artigo do dia 13/5, escrito por Frederick Kunkle, gerou diversas críticas, comenta, em sua coluna [22/5/11], o ombudsman do diário, Patrick B. Pexton. A matéria foi a 11º mais popular no site de 12 a 16/5. Kunkle escreveu de Virginia Beach, perto de onde a elite da Marinha treina, sobre lugares onde poderia encontrar os membros e sobre reações de residentes sobre a possibilidade de conhecer ou ter visto os que mataram Osama. No dia 2/5, um artigo escrito pelo repórter Manuel Roig-Franzia, continha entrevistas com ex-membros do grupo de elite da Marinha para traçar um perfil de como são os que mataram bin Laden.
Para Pexton, o quão longe o Post e outros grupos de mídia vão na cobertura do tema é uma preocupação legítima de leitores e da Marinha. O ombudsman cobriu a Marinha por cinco anos e o Exército por quase oito. Como editor, liderou uma equipe de repórteres que cobriam segurança nacional por 12 anos antes de ir para o Post. Nos últimos dias, ouviu preocupações de oficiais, autoridades do Pentágono e ex-funcionários sobre o quanto está sendo revelado sobre a incursão à casa de bin Laden e como isto pode afetar operações futuras e a segurança da tropa de elite e seus familiares.
Aumentar as medidas de segurança é algo que está sendo considerado para os membros da tropa de elite e seus familiares, informou o secretário de Defesa, Robert Gates. Além disso, nenhum deles é identificado por nome. A maior parte das preocupações ouvidas pelo ombudsman de militares não se referia à mídia, mas a funcionários da Casa Branca, do Pentágono e da CIA por divulgar tantos detalhes, assim como a funcionários aposentados, que falam demais em muitos casos.