A jornalista americana Diana Barahona escreveu duas reportagens, reproduzidas por publicações das organizações Council on Hemispheric Affairs e US Newspaper Guild, em que acusa a organização Repórteres Sem Fronteiras de receber financiamento do departamento de Estado dos EUA e de um grupo anticastrista de exilados cubanos. Sediada em Paris, a RSF foi fundada em 1979 por Robert Ménard, que até hoje a dirige, e é considerada uma referência na luta pela liberdade de imprensa.
Em seus textos, Diana questiona por que Cuba é mais criticada pela organização que outros países em que os jornalistas correm mais perigo, como a Colômbia. Ela denuncia que a RSF recebeu dinheiro do Center for a Free Cuba e que Ménard fez campanha para que contas do governo cubano na Europa fossem congeladas, como se fossem de ‘terroristas’.
Defesa
O integrante da RSF Jeff Julliard, em entrevista ao diário britânico The Guardian [19/5/05], negou que a entidade fosse politicamente tendenciosa. ‘Não somos uma organização política’, afirmou. Admitiu, no entanto, que receberam US$ 40 mil do grupo conservador americano National Endowment for Democracy, que, por sua vez, é financiado pelo departamento de Estado dos EUA. Este dinheiro estaria sendo usado apenas para um programa para ajudar jornalistas ameaçados na África.
Já os fundos doados pelo Center for a Free Cuba teria sido repassados às famílias de jornalistas cubanos presos na ilha. Julliard argumenta que a RSF critica Cuba assim como o faz com outros países, como Zimbábue e Paquistão, e que mesmo os EUA foram alvo de campanha porque há no país problemas com o respeito ao direito de sigilo de fonte. A principal preocupação do grupo, no momento, seria a condição dos profissionais de imprensa no Iraque e sua maior forma de financiamento é a venda livros de fotografia.