No dia 14/10/04, o tenente americano Lyle Gilbert apareceu na CNN falando próximo a Faluja, no Iraque. Ele anunciava o início da operação para suprimir as forças rebeldes na cidade. Mark Mazzetti, do Los Angeles Times [1/12/04], lembra que correspondentes da emissora dentro do Pentágono descobriram que a missão na verdade não se iniciara e que se tratara de um alarme falso dado pelos militares americanos apenas para ver qual seria a reação do inimigo. A tomada de Faluja só começaria de fato três semanas depois.
Fontes internas aos organismos de segurança nacional dos EUA apontam que esse caso não foi isolado. Após os atentados de 11/9/01, o Pentágono chegou a criar um Escritório de Influência Estratégica, destinado a divulgar mentiras na imprensa internacional, mas a repercussão negativa que isso gerou acabou causando seu fechamento. No entanto, há quem diga que as funções que lhe eram atribuídas continuam sendo executadas por outros departamentos. Essas fontes afirmam que porta-vozes militares americanos têm tido crescente papel em operações psicológicas no Iraque, assim como plantado informações na mídia árabe.
Há um debate interno no Pentágono sobre se esse tipo de estratégia é válida. Vários funcionários de alto escalão não vêem com bons olhos misturar o trabalho de relações públicas com missões de influência psicológica. Segundo o porta-voz do órgão de defesa americano, Lawrence Di Rita, ninguém ali ‘fez proposta séria de misturar as duas funções’. No entanto, críticos ressaltam que os departamentos de relações públicas, de operações psicológicas e de operações de informação no Iraque já foram fundidos em um tal de ‘Escritório de Comunicações Estratégicas’.