O filme Paixão de Cristo, dirigido por Mel Gibson, é alvo de uma censura incomum na Malásia: as autoridades do país asiático autorizaram somente os cristãos a assisti-lo. A maioria muçulmana de sua população de 25 milhões de pessoas não poderá ver as cenas brutais da crucificação de Jesus.
Em outros países de maioria islâmica onde sua exibição foi autorizada, como Egito, Síria e Emirados Árabes, o filme foi um grande sucesso de público, principalmente porque os judeus fizeram campanha contra ele, por supostamente representá-los como culpados pela morte de Cristo.
O descontentamento judeu com o longa-metragem foi determinante para que os governos fizessem exceções às suas práticas de censura, já que, se seguissem estritamente o que prega o islamismo, não o deixariam passar, porque a religião proíbe a representação sangrenta de figuras santas. Para os muçulmanos, Jesus é apenas um profeta – não é o filho de Deus, tampouco foi crucificado.
Igrejas locais apelaram ao primeiro-ministro malaio para que Paixão de Cristo fosse liberado. Ainda não foi definido como será feito o controle da religião dos espectadores. Segundo a Reuters [21/7/04], o mais provável é que as igrejas controlem a distribuição de ingressos.