A Clarence House, residência oficial da família real britânica, pretende fazer queixa formal à Comissão de Reclamações da Imprensa (PCC, sigla em inglês) contra o tablóide News of the World, que publicou fotos do príncipe Harry pescando nas férias em Moçambique. O tablóide insiste em que não fez nada de errado e confirmou que agentes do governo solicitaram que a repórter Sarah Arnold e seu fotógrafo deixassem o local em 15 minutos, apesar de não terem se aproximado do príncipe nem tentado tirar fotos em áreas privativas. O editor do jornal, Andy Coulson, recusou-se a retirar sua equipe da região, alegando que não estava infringindo a lei nem o código de privacidade do PCC.
O PCC é um órgão auto-regulador da imprensa britânica que determina ser inaceitável publicação de fotos de pessoas em lugares privativos sem consentimento. E por lugares privativos entende-se propriedades públicas ou privadas nas quais se espera ter privacidade. Segundo Owen Gibson [The Guardian, 21/12/04], o diretor do PCC, Tim Toulmin, e o presidente, sir Christopher Meyer, têm recebido cada vez mais reclamações de pessoas influentes nos últimos anos. A primeira queixa da família real foi enviada em 1991, quando o duque de York reclamou do número de matérias sobre seus filhos. A reclamação foi aceita e desde então a família real tem recorrido ao órgão regularmente. O primeiro-ministro, Tony Blair, também já recorreu ao PCC para manter seus filhos fora da imprensa.