Uma tentativa de ataque por militantes palestinos na fronteira entre Israel e Gaza, no sábado (9/6), pode ter tornado o trabalho jornalístico na região mais perigoso do que já é, afirma Matti Friedman [AP, 10/6/07]. Quatro homens armados chegaram a uma cerca na fronteira usando um jipe branco identificado como ‘imprensa’. O veículo tinha escrito, em inglês e árabe, as palavras ‘TV’ e ‘imprensa’. Quando conseguiram chegar bem próximo a um posto de segurança, os agressores desceram do carro e deram início ao ataque – com o objetivo de capturar um soldado.
O plano foi frustrado por soldados israelenses, que mataram um dos homens enquanto os outros conseguiram fugir. Esta é a primeira vez, nos últimos sete anos de violência contínua na região, que militantes se disfarçaram de jornalistas. Repórteres em zonas de conflito costumam marcar seus veículos para evitar se tornar alvos de ataques. Fotos da AP mostraram o veículo identificado como imprensa com marcas de balas.
Trabalho arriscado
O incidente de sábado deve aumentar os riscos ao trabalho jornalístico em Gaza, onde profissionais de imprensa já sofrem com intimidações de grupos palestinos envolvidos em uma longa briga interna. Nos últimos dois anos, diversos jornalistas estrangeiros foram seqüestrados na região. No caso mais recente, o correspondente da BBC Alan Johnston permanece em cativeiro há três meses.
O sindicato dos jornalistas palestinos condenou o ato dos militantes, identificados como membros dos grupos Jihad Islâmica e Brigadas Mártires de al-Aqsa. ‘Usar um carro identificado como veículo de imprensa coloca em risco a vida de jornalistas e dá uma desculpa para as forças de ocupação matarem jornalistas. O sindicato dos jornalistas pede que todas as facções palestinas e seus braços armados mantenham os jornalistas fora do conflito, seja com as forças de ocupação israelenses ou interno’, declarou o órgão.
A associação de imprensa estrangeira de Israel classificou o uso do falso veículo de imprensa como um ato ‘grave’ e condenou os responsáveis por ele. Apesar das fotos do carro, representantes dos grupos militantes negaram as acusações e disseram ter usado um jipe disfarçado de veículo militar. Com informações da AFP [10/6/07].