Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Para blogueiro, futuro do jornalismo não inclui jornais

Em artigo para The Wall Street Journal [6/6/05], o blogueiro Glenn Harlan Reynolds, dono do sítio Instapundit.com, um dos mais populares da ‘blogosfera’ americana, vislumbra um futuro de ‘jornalismo sem jornais’. Os diários vêm perdendo leitores e seus índices de credibilidade já não são mais os mesmos. Com isso, argumenta Reynolds, os anunciantes estão começando a se perguntar se vale a pena gastar o dinheiro que investem em publicidade nessas publicações.

Simultaneamente, cresce o jornalismo feito por não-profissionais. Neles, o correspondente é apenas alguém que estava presente num acontecimento importante – enfim, alguém que se corresponde, não ‘uma pessoa com cabelo bonito e um microfone’, como ironiza o blogueiro. São milhares de pessoas espalhadas pelos mais diversos lugares, produzindo textos e imagens que, muitas vezes, os grandes veículos não teriam condições de trazer ao público.

A questão é como essa atividade pode se viabilizar financeiramente. Neste sentido, começam a aparecer propostas como a rede blogads.com, que reúne um grande número de blogs, para os quais consegue publicidade coletivamente. Outro problema é organizar as notícias relevantes produzidas por esses jornalistas não-profissionais, de modo que o leitor possa encontrá-las num só lugar. Reynolds trabalha num novo projeto, o Pajamas Media, que está recrutando jornalistas independentes pelo mundo afora, para montar uma rede global de correspondentes, dando-lhes apoio financeiro. Também vêm sendo desenvolvidas diversas ferramentas com que os usuários podem filtrar notícias de inúmeras fontes, recebendo somente novidades sobre o que lhes interessa.

O blogueiro conclui que a gradual perda de credibilidade dos meios tradicionais deve fazer com que a liberdade de imprensa também passe a ser atacada. Para que ela esteja a salvo, é importante que o público a entenda como algo de que faça parte, e não apenas como um argumento de proteção das grandes corporações.

Programação feita por telespectadores em TV a cabo

TV feita pelo público. Esta é a proposta da Current, emissora californiana que terá seu conteúdo produzido e pautado pelos próprios telespectadores. A TV solicita em seu sítio na internet (www.current.tv) vídeos de um a cinco minutos feitos por amadores, e oferece a partir de US$ 250 por aqueles que forem ao ar e US$ 3 mil para os três melhores, escolhidos pelos internautas. Até domingo (12/6), 622 vídeos haviam sido inscritos e os cinco finalistas já estão disponíveis para votação.

O canal, lançado pelo ex-vice-presidente americano Al Gore, tem como parceiro o Google e estréia em agosto nas casas de cerca de 20 milhões de assinantes. Frustrado pelo fato da televisão ser uma mídia de mão única dominada por grandes companhias, Gore acredita que o projeto possibilitará aos jovens se engajarem no diálogo da democracia, garantindo que o canal não será transformado em um instrumento político. Informações da BBC News [5/4/05] e de Verne Kopytoff, do San Francisco Chronicle [6/6/05].