Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Parlamento europeu propõe medida polêmica

O Parlamento Europeu propôs, na semana passada, que anúncios de carros disponibilizados na União Européia tenham avisos semelhantes aos estampados em maços de cigarros – desta vez, com o intuito de prevenir o público sobre o impacto causado ao meio ambiente. A proposta prevê que 20% do espaço ou tempo de qualquer publicidade de automóveis seja destinado a informar sobre o consumo de combustível do veículo e emissões de dióxido de carbono, um dos fatores que influenciam as mudanças climáticas.


No entanto, não será agora que os europeus dos 27 países do bloco terão anúncios ao estilo ‘Dirigir este carro pode ser prejudicial à saúde do meio ambiente’, pois só a Comissão Européia aprova e sugere leis. A estratégia do Parlamento, entretanto, é despertar a opinião pública para que a Comissão Européia seja pressionada. Ainda assim, a indústria automobilística e suas agências de publicidade estão levando a questão a sério, por medo de que os veículos passem a fazer parte de um grupo nada simpático que já tem como membros o cigarro e a junk food. Na Europa, anúncios de cigarro foram praticamente eliminados e alguns países têm restrições quanto aos de alimentos não saudáveis.


Efeitos práticos


Os automóveis são responsáveis por mais de US$ 8,6 bilhões por ano em gastos publicitários na Europa Ocidental, segundo a Associação Européia de Agências de Comunicação. Os lobistas argumentam que a medida poderia prejudicar montadoras de carros, agências de publicidade e empresas de comunicação.


Na opinião de Peta Buscombe, executiva-chefe da Associação de Publicidade do Reino Unido, a proposta do Parlamento seria prejudicial às agências e à indústria automobilística, além de não ter muito efeito sobre as atitudes do consumidor. Chris Daves, membro do Parlamento que apóia o projeto, discorda. ‘A idéia é fazer com que as montadoras também compitam com base nas informações sobre o meio ambiente, em vez de disputar o cliente apenas através da potência, velocidade e aparência do veículo’, opina. Informações de Eric Pfanner [The New York Times, 29/10/07].