Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Partido Republicano dos EUA vai investigar WikiLeaks


Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 4 de janeiro de 2011


VAZAMENTO


Ewen Macaskill, do Guardian


Republicanos investigarão WikiLeaks


O Partido Republicano, que assume amanhã o controle da Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA, planeja abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o WikiLeaks e seu criador, Julian Assange.


No fim de novembro, o site foi o responsável pelo vazamento de mais de 250 mil papéis diplomáticos dos EUA.


A iniciativa foi listada como uma das prioridades, para a próxima legislatura, da bancada oposicionista, que tomará dos democratas o controle sobre várias comissões da Casa.


A manobra tem em parte fundo político, visando o secretário da Justiça, Eric Holder, que os republicanos consideram muito lento e fraco na reação aos vazamentos.


No mês passado, ele disse que o Departamento da Justiça estuda que ação tomar contra Assange, mas seus assessores ainda buscam a legislação sob a qual possam processar um cidadão australiano.


‘Se o presidente diz: ‘Eu não posso lidar com esse cara como um terrorista’, então ele tem de ser capaz de tratá-lo como criminoso. De outra forma o mundo estará rindo do tigre de papel que nos tornamos’, afirmou anteontem o representante Darrel Issa.


Issa presidirá a Comissão de Revisão da Câmara e defende a renúncia de Holder. Ontem, o site ‘Politico’ publicou a lista de áreas que a comissão de Issa deve investigar, incluindo o WikiLeaks.


A comissão, que tem vasta atuação nas áreas de corrupção e desperdício de recursos, tem o poder para interrogar testemunhas dos mais altos escalões de Washington. As audiências poderiam começar até o fim deste mês.


Issa afirmou que planeja investigar o WikiLeaks para que ‘os diplomatas possam trabalhar com confiança e as pessoas possam falar ao nosso governo com confiança’.


O representante republicano sugeriu ainda que o novo Congresso terá de aprovar uma legislação específica para tentar impedir que vazamentos similares ocorram.


Doug Schoen, ex-assessor do Departamento de Estado, advertiu Issa, na TV Fox News, para não superestimar seus poderes e permitir que os investigadores que tentam processar Assange terminem os trabalhos.


 


 


GOVERNO


Agência reguladora não tem atribuições definidas ainda


O novo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou ontem que o novo marco regulatório da comunicação eletrônica será objeto de consulta pública em breve. Segundo ele, alguns pontos estão indefinidos.


Um deles é sobre a agência que irá regular conteúdo de rádio de TV, prevista na minuta do projeto. Não se sabe se será apenas uma a fazer o trabalho ou se a missão será dividida com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).


‘A maioria acha que deveriam ser duas agências’, afirmou. Uma agência cuidaria do conteúdo e outra dos meios.


Bernardo afirmou que é necessário haver debate público para evitar interpretações equivocadas sobre o assunto.


 


 


PUBLICIDADE


Mariana Barbosa


Revista elege Nizan um dos 21 mais influentes em mídia


A revista americana ‘AdvertisingAge’, uma das mais tradicionais do mercado publicitário, elegeu Nizan Guanaes uma das 21 pessoas que terão mais influência em 2011 nas áreas de mídia e marketing.


A lista traz apenas dois representantes de países emergentes: Guanaes, presidente do conselho do Grupo ABC, e o chinês Lau Seng Yee, presidente do Tencent, o maior portal de internet da China.


Todos os demais são executivos de mídia, internet, empresas e governo dos EUA.


‘Se você está fazendo negócios no Brasil ou pretende fazer negócios no país, tem de conhecer Nizan’, diz a revista.


Para ilustrar a influência de Guanaes, que é colunista da Folha, a revista cita o jantar que ele ofereceu à Arianna Huffington, editora do site de notícias americano The Huffington Post, em dezembro.


 


 


INTERNET


Califórnia pune internauta que cria perfil falso na internet


Assumir a identidade de outra pessoa na internet para ferir, intimidar, ameaçar ou cometer fraudes agora é crime na Califórnia.


O projeto, do senador Joe Simitian, começou a valer no dia 1º. As penas para quem descumpre a lei podem ser de US$ 1.000 (aproximadamente R$ 1.650) e um ano de reclusão.


‘Esse é o lado negro da revolução das redes sociais. Páginas no Facebook e no MySpace, e-mails, mensagens de texto e comentários em fóruns de internet têm sido usados para humilhar, atormentar pessoas e até colocá-las em perigo. As vítimas precisam de uma lei’, disse o senador, em seu site.


Ainda de acordo com Simitian, a nova lei se justifica porque ‘imitadores’ on-line têm enviado mensagens pelo Twitter fingindo ser celebridades, alegado ser outra pessoa para enviar e-mails obscenos e até assumido a identidade de terceiros para fazer convites em sites adultos.


A nova regra também quer diminuir o ‘cyberbulling’ -agressão ou humilhação pela internet. No projeto, o senador citou casos de adolescentes constrangidos em perfis falsos por todo o país.


‘O que as pessoas achavam que era só brincadeira agora é violação da lei. Espero que esse seja o primeiro passo para mudar esse comportamento’, disse.


 


 


Com aporte do Goldman, valor do Facebook chega a US$ 50 bilhões


O Facebook obteve US$ 500 milhões em investimentos do Goldman Sachs e do Digital Sky Technologies, aporte que leva a rede social a atingir valor de mercado de US$ 50 bilhões (R$ 82,5 bilhões), informou o ‘New York Times’ ontem, citando fontes envolvidas na transação.


O Goldman investiu US$ 450 milhões, enquanto o grupo russo de internet, que já destinou cerca de US$ 500 milhões ao Facebook, desembolsou outros US$ 50 milhões, segundo o jornal.


O valor tem subido tão rápido que o filme ‘A Rede Social’, lançado recentemente no Brasil, ainda anuncia a cifra de US$ 25 bilhões.


Agora, aos US$ 50 bilhões, a empresa já vale o dobro do Yahoo!, embora ainda esteja abaixo do Google.


Lou Kerner, analista da consultoria Wedbush Morgan, afirmou à Associated Press que a cifra é 15% menor do que o valor da rede social em Bolsas de Valores particulares, como o SharesPost. É ainda metade do que Kerner imagina que o Facebook captaria se abrisse o capital.


O Goldman Sachs planeja criar um instrumento para fins especiais, permitindo que seus clientes interessados em tecnologia invistam no Facebook, ainda de acordo com o ‘New York Times’.


O banco tem o direito de vender parte de sua fatia, de até US$ 75 milhões, para a Digital Sky Technologies.


Nenhuma das companhias comentou o assunto.


 


 


Google estuda criar banca digital para revistas, diz jornal


O Google abordou diversas editoras de revistas sobre planos de criar uma banca digital, empreitada que pode abrir uma nova frente na rivalidade da empresa com a Apple.


A banca oferecerá às empresas uma maneira de vender suas publicações formatadas para tablets e celulares inteligentes que operem com o sistema operacional Android, segundo o ‘Wall Street Journal’.


O Google informou a algumas editoras que aceitaria participação na receita inferior aos 30% que a Apple costuma receber pelas vendas em sua loja iTunes, segundo o jornal.


O Google também propôs fornecer às editoras dados pessoais dos consumidores que comprarem suas publicações.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Globo corta Edir Macedo na transmissão da posse


A aparição do proprietário da Rede Record, o bispo Edir Macedo, na posse de Dilma Rousseff, no último sábado, ficou de fora da transmissão da Globo.


Apesar de ter anunciado em sua grade de atrações do dia que transmitiria a posse das 14h às 18h30, às 17h25, minutos antes de Macedo e outros dirigentes da Record apertarem a mão da nova presidente, a Globo interrompeu sua transmissão.


Colocou um compacto de melhores momentos do ‘Caldeirão do Huck’. A rede saiu do ar antes de o ex-presidente Lula descer a rampa.


A Globonews mostrou rapidamente imagens da direção da Record, mas se referiu ao presidente da emissora, Alexandre Raposo, como agente do cerimonial.


Na hora do aperto de mão de Edir Macedo, o canal de notícias cortou para imagens do avião presidencial, ainda vazio, à espera de Lula.


Na Record, o corte foi interpretado como retaliação.


Para a Globo, tudo não passou de uma coincidência. A rede diz que já havia previsto o corte às 17h30 e que o horário das 18h30 estava reservado na grade por precaução, se houvesse atraso. E que não sabia que Lula ainda desceria a rampa.


Oficialmente, explica que fez como em 2002, tirando a transmissão do ar logo após o discurso no parlatório.


CANJA


Vai ao ar hoje a participação do cantor Daniel em ‘Araguaia’ (Globo); nos intervalos de gravação, o sertanejo fez um show exclusivo para o elenco


Parceiros Com estreia prevista para março na Rede TV!, Hebe Camargo levará pelo menos três anunciantes que estavam com ela no SBT.


Espera A Fox desistiu, a curto prazo, de trazer para o Brasil o seu canal de esportes, o Fox Sports. Motivo: a fila de espera por vaga na Net.


Maquete ‘Insensato Coração’, trama das 21h que estreia dia 17 na Globo, terá um mix de cenário com computação gráfica. Uma maquete de 18 m2 de uma torre será inserida virtualmente no cenário.


Ponto Quebrando paradigmas no SBT, a cobertura da posse de Dilma derrubou três horas da grade no sábado. Saiu na frente ao colocar no ar, antes da concorrência, o áudio da coletiva do ex-vice-presidente, José Alencar.


Prêmio A AR (Associação de Roteiristas) está criando a 1ª edição de uma premiação para 2011. Serão contempladas seis categorias, entre elas roteiristas profissionais, diretores, atores, roteiro original e melhor roteiro adaptado.


Ponta Cobrindo as férias do ‘CQC’ na Band, a turma do ‘É Tudo Improviso’ volta ao ar com participações ilustres. Danilo Gentili, Fresno, Negra Li, Denilson, NX-0 e Renata Fan estão entre os famosos que vão improvisar no palco.


Sem folga Apesar de retornarem ao ar só em março, Marcelo Tas e a turma do ‘CQC’ voltam ao trabalho no dia 24. Vão gravar novas vinhetas, novos curtas dos 11 patrocinadores da atração, que ganhará ainda novo cenário.


 


 


Nina Lemos


Série com Kirstie Alley lembra bons tempos de ‘Osbournes’


A atriz Kirstie Alley parece ter uma vida ótima. Sua rotina não tem nada a ver com a das celebridades insípidas. A estrela vive numa casa cheia de bichos, tem dois filhos engraçados e um marido gordo. Nada a ver com o glamour de Hollywood.


Ela mesmo não parece, pelo menos em ‘Kirstie Alley Contra a Balança’, o estereótipo da perfeição. A moça surge descabelada, mal ajambrada e muitos quilos acima do peso ideal. Mas não dá desculpas como ‘tendência a engordar’ ou ‘pós-parto’. ‘Engordei quando parei de cheirar cocaína’, diz, no divertido programa. Parece uma versão feminina de ‘The Osbournes’, que trazia a rotina destrambelhada da família de Ozzy.


Ela pesa 103 kg e não aguenta mais ser retratada como ‘uma porca’. Como não dá para ‘matar os paparazzi’, o jeito é emagrecer e tentar caber em um vestido ‘de magra’.


Mas Alley, cujo peso sempre é notícia, não parece insatisfeita. Ela não precisa emagrecer para ser feliz, como em tantos programas de autoajuda, mas para que ‘parem de encher o saco’.


Acompanhar a vida da família Alley vai ser divertido como era com os Osbournes.


Sem plástica, sem maquiagem e sem papas na língua, a atriz mostra aquele clichê: de perto, mesmo na TV, ninguém é normal. Ainda bem que alguns famosos têm coragem de escancarar isso.


NA TV


Kirstie Alley Contra a Balança Reality com a atriz


QUANDO sáb., às 22h30, no GNT


CLASSIFICAÇÃO não informada


AVALIAÇÃO bom


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 4 de janeiro de 2011


JORNAL


José Maria Mayrink


Uma vida de 136 anos e cada vez mais novo


Mais um ano de inovações, de conquista de prêmios, de luta contra a censura. O Estado de S. Paulo, fundado em 4 de janeiro de 1875 com o nome de A Província de S. Paulo, completa hoje 136 anos de circulação e 131 anos de vida independente com o compromisso de levar adiante as principais características que marcaram sua trajetória – firmeza e coerência na linha editorial, capacidade técnica e profissional para atender às exigências da comunicação moderna.


O jornal foi sempre ousado e corajoso, desde a fundação, quando nasceu do ideal de um grupo de republicanos, dois anos após a Convenção de Itu (1873), quando se apresentou como um órgão independente, sem nenhuma ligação partidária, embora empenhado na derrubada da monarquia. Viva a República foi a manchete de A Província na edição de 16 de novembro de 1889, numa primeira página que só estampava essa notícia em letras enormes, sem nenhuma ilustração. No ano anterior, o jornal comemorara a abolição da escravatura, pela qual vinha lutando.


Com Julio Mesquita na direção efetiva da Redação – o patriarca da família proprietária da empresa assumiu o cargo de diretor-gerente em 1888 -, vieram grandes inovações. O jornal, que passou a se chamar O Estado de S. Paulo em 1890, após a proclamação da República, contratou os serviços da agência Havas, atual France Presse, para dar mais agilidade ao noticiário internacional e publicou pela primeira vez um clichê na primeira página, o retrato de um caixeiro morto num incêndio da Loja da China, em São Paulo.


Na Guerra de Canudos, Julio Mesquita enviou um repórter, Euclides da Cunha, para cobrir as lutas no sertão da Bahia. ‘Um jagunço degolado não verte uma xícara de sangue’ e ‘um fanático morto não pesa mais que uma criança’, relatou o jornalista que, mais tarde, aprofundaria suas observações em Os Sertões, livro no qual descreveu a terra, o homem e a luta de Canudos, onde os seguidores de Antônio Conselheiro enfrentaram batalhões do Exército.


Em 1915, o Estado lançou uma edição vespertina, conhecida como Estadinho, que circulou até 1919. Seu diretor era Julio de Mesquita Filho, que iniciava a carreira de jornalista, enquanto seu irmão, Francisco Mesquita, se dedicava à administração. Com a morte do pai, Julio Mesquita, em 15 de março de 1927, os dois assumiram a direção da empresa. Em 1932, lutaram contra Getúlio Vargas e, com a derrota da Revolução Constitucionalista, foram exilados em Portugal.


Ao voltar ao País, menos de dois anos depois, Julio de Mesquita Filho liderou a criação da Universidade de São Paulo, a pedido do cunhado Armando de Salles Oliveira, que havia sido nomeado interventor e em seguida eleito governador do Estado. Foi um período de trégua que durou pouco. O jornalista foi mais uma vez exilado, em novembro de 1938, por causa de sua resistência ao Estado Novo, que oficializou a ditadura em 1937.


Sob censura prévia desde 1937, o Estado foi ocupado por soldados da Força Pública (Polícia Militar) em 25 de março de 1940 e ficou nas mãos do governo até dezembro de 1945, após a queda de Getúlio Vargas. Esses cinco anos de intervenção não entram na história do jornal. É como se não tivessem existido, porque, ao retomar a direção, os Mesquita ignoraram o registro da primeira página e repetiram o número 21.650 que marcara a primeira edição feita sob ocupação da ditadura.


A empresa foi devolvida – recomprada pelos proprietários – em boas condições financeiras, o que lhe permitiu construir uma sede moderna na Rua Major Quedinho, no centro da cidade. Em 4 de janeiro de 1966, começou a circular nesse endereço o Jornal da Tarde, mais uma inovação. De início vespertino, o JT revolucionou a imprensa por sua ousadia gráfica, irreverência de estilo e qualidade de suas reportagens.


Durante o regime militar de 1964, Julio de Mesquita Neto no Estado e seu irmão Ruy Mesquita no Jornal da Tarde não se curvaram à imposição da censura. Resistiram ao Ato Institucional n.º 5, recusando-se a substituir textos e ilustrações proibidos. No espaço de material cortado, publicaram poemas (Estado), principalmente versos de Os Lusíadas, de Luís de Camões, e receitas de bolos e doces (JT). A censura só acabou em janeiro de 1975, quando o Estado comemorava seu centenário.


Foi um período duro, com ameaças e prisões de jornalistas, mas o jornal manteve-se fiel à tradição. Ruy Mesquita, atualmente diretor de Opinião do Grupo Estado, lembrou a combatividade do jornal, ao agradecer o Prêmio Abap/Ícones de Comunicação, na categoria Liberdade, que lhe foi concedido em abril do ano passado.


‘Nestes 135 anos, tendo participado ativamente de todos os movimentos políticos que o País viveu, O Estado de S. Paulo tem sido identificado por todos os governos por que o País passou, aí incluídos especialmente os que ajudou a construir, como seu mais incômodo opositor’, afirmou, em discurso lido por seu filho Fernão Lara Mesquita, membro do Conselho de Administração do Grupo Estado, que o representou na solenidade de entrega da honraria.


Coerência e firmeza na linha editorial valeram o respeito dos leitores ao longo da história do jornal.


Pela sétima vez em 11 anos, o Estado conseguiu, em 2010, a melhor avaliação para a categoria jornal no estudo Veículos mais Admirados, do Grupo Troiano de Branding. ‘O Estado teve iniciativas de impacto neste ano que contribuíram para consolidar sua liderança no mercado’, disse Troiano. Ele se referia às novidades do mês de março, quando o jornal e seu site foram completamente reformulados, com novos cadernos e seções.


A repórter Marili Ribeiro resume as inovações de 2010 em reportagem sobre a entrega do Prêmio Caboré, que premiou o Estado, entre 13 finalistas, como veículo de comunicação do ano em mídia impressa. ‘Foi o ano do redesenho do Estado, com novos cadernos e maior integração com a área digital. A mudança gráfica e editorial se estendeu ao portal estadão.com.br, à seção de classificados (incluindo a criação do caderno Ultra, voltado exclusivamente ao mercado de luxo), ao Jornal da Tarde e ao Jornal do Carro. Alguns cadernos ganharam sites próprios, como o Economia & Negócios, Política e Paladar.’


O jornal lançou o Sabático, caderno literário dedicado à cultura aos sábados, e reformulou os cadernos TV, Estadinho e Feminino. No Caderno 2, a novidade foi a ênfase dada à música no fim de semana, quando passou a circular o C2 + Música no sábado e C2 Domingo, no domingo.


A circulação total cresceu perto de 10% de janeiro a setembro, enquanto o mercado registrava alta de 2%. Também a publicidade disparou, com aumento consistente, de 15%, enquanto o mercado oscilava entre 7% e 8%. Inovação e novidades foram palavras-chave em campanhas de publicidade, tanto no conteúdo editorial (fotos e imagens) como em anúncios em tecnologia 3D. ‘O ano foi marcado especialmente pela reapresentação editorial e gráfica do jornal e de seu portal, pois os veículos conseguiram avançar muito na forma de apresentar as reportagens, muito mais organizada e agradável, e adicionando mais análise e conteúdo à notícia’, avalia Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo do Grupo Estado.


A cobertura do Estado ganhou importantes prêmios nacionais em 2010, como o Prêmio Imprensa Embratel, Prêmio Allianz Seguros de Jornalismo e o Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo. O estadão.com.br foi apontado pela Fundação Nuevo Periodismo Iberoamercano como uma das melhores práticas em redes sociais da América Latina. Também a Rádio Eldorado e a Agência Estado, empresas do Grupo Estado, foram premiados.


Prêmios e inovações à parte, o Estado atravessou 2010 ainda sob censura judicial. Desde 31 de julho de 2009, portanto há 522 dias, o jornal está proibido de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investigou atividades do empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney, no Maranhão. O empresário entrou com pedido de desistência da ação movida contra o jornal, mas o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira apresentou no Tribunal de Justiça do Distrito Federal manifestação na qual sustenta que o Estado prefere o prosseguimento da ação para julgamento do mérito.


A celebração dos 136 anos do Estado coincide com o aniversário de fundação da Rádio Eldorado (1958), do Jornal da Tarde (1966) e da Agência Estado (1970). São também empresas do Grupo Estado a Oesp Mídia (1988), a Broadcast AE (1991) e portal estadão.com.br (2000).


 


 


Pedro Dória


Redação afina sintonia com o mundo digital


Em 2010, a Redação de O Estado de S. Paulo tornou-se definitivamente digital. Mais que tecnológica, foi uma revolução cultural. Seguindo a tendência ainda presente na imprensa brasileira, o Estado vinha segurando suas melhores notícias, os furos, para a edição de papel. Não mais. O leitor hoje é imediatamente informado, seja por celular, tablet ou web, quando uma notícia importante chega ao conhecimento de repórteres e editores. No dia seguinte, a edição do jornal completa a informação com aprofundamento e análise.


É como a grande imprensa mundial, do americano The New York Times ao britânico The Guardian, se comporta. E, embora a postura do ‘digital first’ seja uma profunda inovação no jornalismo brasileiro, não foi a única tocada pelo Grupo Estado no ano que passou.


O Estado foi o primeiro veículo brasileiro com presença no iPad, o tablet da Apple. Já havia sido, em 2008, o primeiro no iPhone. Os tablets representam uma nova maneira de fazer jornalismo que une a elegância da organização do papel com as fascinantes possibilidades da multimídia.


O último ano foi de estudo intenso dessa nova plataforma e, no início de 2011, o aplicativo para o iPad chegará à versão 3.0 e logo migrará também para os tablets que rodam o sistema Android, caso do Galaxy Tab da Samsung.


A cultura digital que tomou a Redação gerou também uma nova forma de trabalhar com as mídias sociais. Mais do que uma frenética busca por seguidores em sistemas como o Twitter, a Redação de O Estado de S. Paulo dedicou-se à relação com seus leitores.


De todos os veículos brasileiros, é o maior no ranking de relevância, a razão que divide número de seguidores por número de menções. Tem um índice de 0,74 contra 0,4 do segundo lugar e 0,28, do terceiro. Ou seja: os leitores do Estado citam mais o jornal do que os da concorrência. O Estado faz parte de seu cotidiano digital.


São, todas, marcas de um ano iniciado com o redesenho do portal estadão.com.br, que trouxe para o País a organização dos melhores sites noticiosos europeus, separando em colunas distintas o noticiário importante do interessante. O mesmo ano marcado por uma parceria inédita com o portal MSN, da Microsoft, por meio do qual o Estado passou a editar seu canal de notícias.


O resultado de todas as transformações foi um crescimento anual, segundo o Ibope, de 88% em usuários únicos e de 132% em páginas lidas. Ou seja, o estadão.com.br ganhou mais leitores que leem mais notícias. No período, a média dos sites de notícias brasileiros cresceu apenas 20% no número de usuários e caiu 1% em páginas lidas. São poucos leitores novos que leem menos. Uma realidade distinta da do Grupo Estado, que investe, principalmente, em informar bem e primeiro seus leitores.


 


 


TELEVISÃO


Cristina Padiglione


TVs abertas perdem audiência em 2010 – Record cresce 1%


Com exceção da Record, que cresceu 1%, todas as redes abertas perderam audiência em 2010 na Grande São Paulo. Do Ibope, os números a seguir traçam um paralelo entre as médias de cada emissora em 2009 e no ano que acabou sexta-feira, na faixa das 7h à 0h, de segunda a domingo.


SBT: 5,6 (2009) / 5,4 pontos (2010)


Globo: 17,4 (2009) / 16,5 (2010)


Record: 7,3 (2009) / 7,4 (2010)


RedeTV! 1,6 (2009) / 1,5 (2010)


Band: 2,6 (2009) / 2,5 (2010)


Como o total de ligados nos dois anos é o mesmo (42,6%) e não distingue se o televisor foi ligado para ver canal pago, aberto, DVD ou videogame, é possível concluir que as redes abertas perderam suas migalhas em 2010 – convém considerar o crescimento da TV paga no ano passado.


Globo tem queda recorde. Dona da maior audiência, a Globo obteve também a maior queda (5%) entre todas as redes na Grande São Paulo, fechando o ano com a pior média de sua história. De 2001 para cá, a Globo encerrou seus calendários na região com 19,2 pontos (2001), 20,3 (2002), 21 (2003), 21,7 (2004), 21 (2005), 21,4 (2006), 18,7 (2007), 17,4 (2008). A queda se mostra irreversível desde 2007.


No balanço do ano, a Globo também se despediu de 2010 com queda no share, índice que afere o porcentual de televisores sintonizados em cada emissora, dentro do universo de aparelhos ligados: foram 38,8% em 2010, ante 40,9% em 2009, segundo dados do Ibope. O SBT caiu de 13,6% para 12,6%, a Record subiu de 17% para 17,6%, a RedeTV! foi de 3,8% para 3,6% e a Band, de 2,6 para 2,5%.


O par


Natália Thimberg e Antonio Fagundes já foram mãe e filho em O Dono do Mundo. Agora do bem, sob a mesma bênção de Gilberto Braga, repetem o dueto como amigos na próxima novela das 9 da Globo.


17 pontos de média marcou a estreia do Esquenta, com direito a entrevista de Lula a Regina Casé, na Globo. Atração anterior do horário, Os Caras de Pau, rendia 14


Um adendo sobre o Esquenta é a percepção de que seu auditório fez os demais parecerem programas suecos, tamanha é a predominância de loiras sobre negras. Lá está, finalmente, uma plateia com cara de Brasil.


Edir Macedo surgiu de raspão na tela da GloboNews durante a transmissão da posse de Dilma. Ao reparar que era o dono da Record quem apertava a mão da presidente em recepção no Palácio do Planalto, a imagem foi cortada e a tela tratou de mostrar o avião onde Lula embarcaria a seguir.


E a Band obteve expressivos (para os seus parâmetros de audiênicia nas noites de domingo) 3,4 pontos com um especial sobre a trajetória de Lula – 8 anos em 80 Minutos. Mas isso significou o 5º lugar no ranking do horário, atrás de Globo, Record, SBT e RedeTV!


Demorou quase 10 anos, mas a Globo enfim passou a chamar ‘a novela das 8’ como ‘novela das 9’ no anúncio da substituta de Passione.


 


 


 


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