Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Paulo Rogério

‘A denúncia de um esquema de ‘caça’ aos clientes na porta do Fórum Autran Nunes puxou a manchete principal de Economia (dia 21.1, página 21). A matéria explicava a atuação de pessoas que agem livremente nas proximidades daquele fórum trabalhista em busca de clientes para advogados. São os chamados ‘laçadores’. O POVO ouviu o juiz titular daquela vara, um representante da OAB e uma advogada. Publicou quadros de orientação para o público e indicou o telefone da Ouvidoria.

O que faltou? Ouvir o público, exatamente aquele que é alvo da ação dos ‘laçadores’. Faltou uma foto mostrando como eles agem. Quem são os advogados e os laçadores? Quanto dinheiro está no esquema que, segundo a matéria, funciona há anos no local. O leitor do jornal ficou sem essas informações.

Segundo as editoras do Núcleo de Negócios, Lisiane Mosmann e Sandra Nagano, as informações não estavam na matéria por conselho das próprias fontes que alegaram falta de segurança no local. ‘Mudamos o viés da pauta e focamos na informação e no serviço’ afirmaram. Moral da história: se é inseguro para a imprensa, avalie para o cidadão comum.

Caso Alanis

Novo depoimento do principal acusado de matar a garota Alanis Maria Oliveira Laurindo voltou às manchetes. O POVO deu a informação e procurou os pais da menina para ouvir versão. Tomou, no entanto, um caminho perigoso. Ao invés de só reproduzir a palavra do casal negando as acusações, as tomou como verdades absolutas ao afirmar, no texto de abertura, que a entrevista foi dada ‘…para cingir o que ‘merece reparos’ e tanger a maledicência de quem só consegue destruir’. Em jornalismo, a imparcialidade é a palavra de ordem. E isso não aconteceu.

Cabe aos policiais investigarem e à Justiça definir a real história. Descobrir quem mente e quem não mente. Não aos jornalistas. Isso sem falar na riqueza de adjetivos que beiraram o excesso de sentimentalismo.

Só os grandes merecem?

O POVO adotou desde o ano passado a publicação de notas para os jogadores após os jogos. Listas de melhores do ano e atribuição de notas sejam jogos, filmes ou peças teatrais, sempre geram polêmicas e injustiças. Neste caso não é diferente. O fato é que esta semana somente Ceará e Fortaleza foram agraciados com tal honraria. Os times do Interior ficaram de fora, mesmo vencendo, como foi o caso do Maranguape. O Ferroviário também não teve notas. Critiquei a discriminação no comentário interno.

Segundo o editor adjunto de Cotidiano, Rafael Luis, responsável pela editoria Gol, como existe o problema de espaço só os grandes são avaliados. ‘É uma opção jornalística, já que o interesse pelos clubes da Capital é quase que a totalidade entre os torcedores’ afirmou.

Vencido pela canseira

Leitor Euclides Pinheiro já se diz cansado de tanto reclamar sobre a falta dos valores do mês de outubro de 2009, do INCC, no quadro Indicadores Econômicos do O POVO. ‘Vou falar, mas sei que não vai mudar nada. Desde o ano passado que aviso’ desabafou. E ele tem razão. Desde novembro aparece somente um traço no local onde deveria estar o índice correto. O INCC é o Índice Nacional de Custo da Construção aferido mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas para 18 municípios, incluindo Fortaleza. A editoria se comprometeu a rever os números.

Datas confusas

Saber o dia certo que o diretor de teatro José Celso Martinez sofreu uma cirurgia para implantar um marca-passo foi uma missão impossível para os leitores do O POVO. ‘Afinal, quando ele operou mesmo?’ indagou o leitor José Mário. A notícia foi publicada três vezes durante a semana. Duas nas páginas de Brasil e uma no Vida & Arte. Todas em um simples ‘2 minutos’. Cada uma com data diferente. No dia 15 (pág., 21), a nota dizia ‘…colocação de um marca-passo entre amanhã e sábado’. Ora, dia 15 foi uma sexta-feira. No dia 20 (pág. 26), a versão é que ele foi operado na segunda-feira. Já dia 21 (Vida & Arte, pág. 5), a notícia dizia. que ele se recuperava da cirurgia realizada no dia anterior, quarta-feira. Uma loteria. Acertou quem apostou segunda-feira. José Celso passa bem. A credibilidade do jornal é que sofreu graves avarias.

Populares pela internet

Um antigo pedido dos leitores do O POVO passou a ser atendido na última terça-feira: a liberação do caderno Populares na Internet. ‘Quem procura emprego não tem dinheiro para comprar o exemplar e aproveita para procurar na Internet em vários jornais. Por que isso?’ indagou Uyara Sena em e-mail ao ombudsman.

Para ter acesso, o internauta deve clicar em O POVO Digital – a capa do jornal que aparece do lado direito do site – depois ir em ‘Publicações’ e em seguida ‘Populares’. O endereço é www.opovo.com.br.’