Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Paulo Rogério

‘A caixa cerebral dos homens rotineiros é um estojo de joias vazio.’ José Inginieros, sociólogo e psiquiatra. O processo para se fazer um jornal, apesar do avanço tecnológico, ainda é bem artesanal e passa por inúmeros processos. O jornalista apura a matéria e escreve o texto. O editor revisa, titula e, junto com o diagramador, faz o planejamento visual de cada página. Tudo no computador. Terminada essa etapa, cabe enviá-la para a impressão, em outro setor. Uma falha em um desses passos compromete todo o trabalho.

Foi o que aconteceu na edição do último domingo, dia 13. A página 20, da editoria Gol, simplesmente foi a mesma que saiu no dia anterior, inclusive com o cabeçalho que identifica a data. Isso não passou despercebido pelos leitores. Nem poderia. ‘É profundamente lamentável. E ainda não tem nada do esporte local!’ reclamou Erick Pinheiro de Vasconcelos. O leitor Paulo Firmino mostrou-se indignado com o erro. ‘Faço esta crítica no sentido construtivo, pois sou assinante do jornal e tenho a maior credibilidade nele. Um erro crasso deste, a meu ver, mancha a reputação’ afirmou. A editoria GOL reconheceu o erro e, na segunda-feira (14), publicou matéria pedindo desculpas aos leitores pela falha técnica, erro que acabou permanecendo até hoje na versão digital do O POVO Online, o que poderia ter sido corrigido facilmente. Na página não publicada estavam matérias de apresentação dos jogos Ceará x Treze (PB) e Botafogo (PB) x Fortaleza, pelo Campeonato do Nordeste, além da programação de jogos do domingo. A tal falha técnica aconteceu no envio da página para o setor industrial onde ela é impressa, depois de colocados os textos, fotos e anúncios. Faltou na retratação um fac-símile da página, que reproduzo na coluna. Já vi, em 23 anos de jornalismo, matérias, colunas, fotos e anúncios saírem repetidos. Mas, para um jornal com 82 anos de existência, publicar duas vezes uma mesma página é – como estamos em tempo de Copa do Mundo – um tremendo gol contra. JORNALISMO SERVIÇO ‘Vocês só estão vendo o interesse da empresa. E o interesse do usuário’. A crítica é do engenheiro Fernando Augusto de Paula diante da falta da publicação no O POVO da programação completa das tevês abertas. ‘Antigamente vinha tudo, com horários de todos os canais. Hoje só colocam a da TV O POVO. A gente fica perdido’ argumentou o leitor. Ele tem motivos para o desabafo. O POVO publica diariamente no caderno Buchicho a seção Sua TV com resumo das novelas, o melhor da programação de filmes e shows e os destaques da TV O POVO com toda a grade. Nada dos demais canais. O caderno remete a procura para O POVO Online. ‘Desse jeito vou para outro jornal’ ameaçou. No concorrente, toda a programação é publicada. Menos a da TV O POVO. Segundo o editor executivo do Núcleo de Cultura e Entretenimento, jornalista Emerson Maranhão, responsável pelo caderno, a mudança na publicação das grades das tevês já completou mais de um ano. A estréia foi em abril de 2009 quando houve a alteração no projeto gráfico e editorial. ‘A possibilidade de volta ao formato anterior já foi discutida internamente, mas optou-se por manter o formato atual’ argumentou Maranhão. Nunca é tarde, porém, para sempre procurar fornecer o maior número de informações possíveis no próprio jornal, sem remeter a outros canais. VERDADE ACIMA DE TUDO

Justiça seja feita. Na semana passada, vários leitores reclamaram que O POVO usou dois pesos ao publicar matéria sobre quadrilha de assaltantes formada por jovens da classe média alta e não divulgar nomes dos detidos, enquanto na página seguinte dava identificação completa de três ladrões que trocaram tiros com policiais. O tema foi comentado na coluna do ombudsman do dia 13 de junho, onde se mostrou que houve erro com relação ao flagrante.

Desta vez O POVO confirmou o compromisso com o jornalismo ao ser o único jornal local a divulgar a prisão, em flagrante, do empresário do ramo de hotelaria e da indústria naval, Gil Bezerra, em situação de exploração sexual com duas adolescentes. A notícia superou a casa dos 170 comentários no site, com vários elogios ao jornal por divulgar o nome do envolvido, um frequentador assíduo das rodas sociais e empresariais da cidade.’