Monday, 04 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Paulo Rogério

‘A inclusão de bebidas alcoólicas importadas em projeto de lei do Governo Estadual que prevê a redução de ICMS gerou uma polêmica discussão que respingou na imprensa. A leitora Stella Façanha qualificou de tendenciosa a cobertura dada pelo jornal. ‘Nos últimos 40 dias, no jornal foram quatro matérias (sobre o tema). Em nenhuma, as reportagens mostraram as desvantagens da proposta, os custos que as bebidas geram para o sistema de saúde, para a segurança’. Para ela os textos só mostram o lado lucrativo.

Vale aqui uma reflexão. A frieza com que os índices econômicos são publicados quase sempre carece de uma análise da implicação social. Cabe ao jornalista codificá-los para o leitor. O POVO se deteve na questão econômica e depois no bate-boca dos deputados. Ninguém procurou médicos, sociólogos, religiosos ou o setor de segurança. A exceção ficou com o colunista Fábio Campos que foi além do viés econômico e político.

Segundo a editora-executiva do Núcleo de Negócios, Neila Fontenele, e o repórter Diego Lage, autor das matérias, o impacto social não foi abordado ‘em função da natureza da isenção’ que não afetaria o consumo local. Eles repudiam qualquer caráter tendencioso. Realmente, a proposta prevê menor taxação só para vendas fora do Ceará tornando o Estado tão competitivo como outros centros que usam mesmo artifício. Nada impedia, no entanto, de mostrar posicionamento de outros setores.

Praia do Futuro

A questão da retirada ou não das barracas da Praia do Futuro (foto) voltou a entrar na pauta do dia. Mas nada de novo foi apresentado pela imprensa, ainda perdida entre os interesses dos barraqueiros e as argumentações do Ministério Público. A tese mais nova agora é de que as barracas fazem parte da tradição do litoral cearense. Os leitores reclamam que o jornal deveria aprofundar o tema, mostrando como é o funcionamento desse serviço em outras cidades do Nordeste e principalmente, enfocando a questão social que a permanência ou não das barracas pode ocasionar.

Faltou comunicação

Não ficou bem o jornal publicar no dia 23, em Economia, matéria sobre as mudanças no Grupo J.Macedo na mesma página com anúncio das justificativas da empresa sobre alterações. A coincidência passa impressão de que há alguma ligação entre o Comercial e a Redação, o que não há. O mesmo problema foi verificado em Fortaleza, dia 26. Um anúncio de três colunas com 52 cm de altura, de uma empresa de vigilância, praticamente emoldurou matérias policiais. É difícil o editor prever, mas há recursos tecnológicos disponíveis para evitar esses casos.

Diversificar pautas

A Igreja Católica vem sendo alvo constante da mídia em qualquer posição tomada. No O POVO não é diferente. Há 15 dias o jornal abordou o crescimento na procura por anulação do casamento religioso. Na quarta-feira (24) noticiou o primeiro caso de um padre cearense processado pelo Tribunal Eclesiástico por pedofilia. O leitor Marcel Pinheiro não aprovou enfoque. ‘Não quero acusar o jornal de ataques sistemáticos, mas que se evite o jornalismo sem profundidade, episódico’ defendeu. O Brasil é um país essencialmente católico e tudo que estiver relacionado aos seus preceitos sempre irá gerar interesse, logo, é notícia. Mas o leitor tem razão em questionar porque membros e dogmas de outras religiões não serem citados. Entre ele a transfusão, a doação de órgãos, o casamento gay.

Esquecido pela mídia: O que aconteceu com as 65 mil mudas de árvores plantadas em 2008 no Itaperi e Condomínio Espiritual Uirapuru?

Fomos bem

Movimento de passageiros no aeroporto de Fortaleza no feriadão. Em alta, por conta de promoções.

Fomos mal

A oferta de cartões de crédito dos bancos por meio de telefone. Virou um tormento para o cidadão.’