Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Paulo Rogério

“‘Muito mais eficaz e importante do que as leis é o nosso respeito pelos sentimentos dos outros de um simples ponto de vista humano’. Dalai Lama, líder religioso

‘Se tem que fazer assepsia, que aproveitemos o momento. A sociedade cearense tem o direito de saber’. O desabafo de um leitor reflete a ansiedade para que envolvidos no escândalo dos banheiros sejam desmascarados e punidos. O POVO tem, acertadamente, mantido o tema em pauta e obtido novas revelações. A última delas fruto de dicas desse mesmo leitor – nome preservado – revelando que envolvidos no caso eram funcionários da Assembleia Legislativa (AL).

A matéria tinha força e relevância para ser manchete do jornal. Não foi. Naquele dia optou-se por outro tema mais ameno: a quantidade de celulares no Ceará. Uma aposta, a meu ver, bem equivocada. Mas é normal que o caso saia da 1º página com o tempo. Se na semana retrasada foram duas manchetes, na anterior eram quatro. Já nessa última não emplacou nenhuma. A nova denúncia, no entanto, mostra aspectos que o jornal pode aprofundar, como o tráfico de influência e triangulação entre os poderes.

INDIGNAÇÃO ON LINE

Segundo o editor-executivo de Conjuntura, Guálter George, os leitores têm enviado várias sugestões e há, sim, um grande acúmulo de pautas. ‘À medida que conseguimos checar vamos publicando’. Entre esses temas, alguns aspectos que não foram respondidos inicialmente: Quanto dinheiro esses funcionários ganhavam? Como é o processo de indicação? Qual a relação funcionários terceirizados x concursados. Eis um bom momento de se questionar também a atuação dos gestores dessas casas.

Enquete do O POVO Online – não aproveitada pelo jornal – perguntou aos internautas ‘Qual sua expectativa sobre o desfecho político no caso do escândalo dos banheiros?’. A grande maioria diz que não dará em nada. Essa indignação é que não pode ser esquecida. Guálter afirma que até o momento a editoria e o jornal não têm sofrido qualquer pressão diante do material publicado.

Osso duro de roer

Títulos servem para despertar o interesse do leitor. Devem ser diretos, informativos e, principalmente, criativos. É nesse último item que muitos jornalistas, na tentativa de fazer diferente, acabam escorregando para o trocadilho sem graça e inútil. Um leitor criticou título de Esportes, do dia 8, em matéria sobre corrida disputada por crianças. ‘A materinha peca por um mal: a piada pela piada’. O título era ‘Pede para mamar e sai’. Realmente…

Essas ‘gracinhas’ foram discutidas na avaliação interna. Alguns exemplos: ‘Ceará quer falar hasta la victoria, siempre’, um trocadilho com famosa frase de Che Guevara ou ‘Segura na Mano de Deus’ – Mano Menezes…Mão de Deus, entendeu? A mais recente saiu sexta-feira: ‘Nicácio é o Capitão Nascimento do Vovô’. E aí?

O editor de 1ª página, Henrique Araújo, foi o único a retornar comentários. ‘Não são piadas. Não foram escritas para arrancar risos… São chamadas. Quando têm alguma graça, ótimo. Quando não têm, paciência.’ Discordo disso. Um jornal de 83 anos não é lugar para laboratório. Há uma linha editorial que, até agora, desconheço ter sido alterada. Haja paciência.

Grandezas e medidas

Falhas não deixarão de existir em jornais, isso é uma verdade. Mas algumas beiram o inexplicável. ‘Sinceramente, já perdi a paciência de ficar anotando as falhas diárias de O POVO. Cansa’. O desabafo é do professor da UFC, Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes, diante da informação do quadro ‘Saiba mais’ da matéria ‘Usuários apóiam instalação de centro cultural em parque’, publicada terça-feira (9), em Fortaleza. O texto diz que o local tem ‘cerca de 27 milímetros quadrados’.

‘Ali tornou-se um país liliputiano (terra habitada por pessoas de minúscula estatura)’, questionou o leitor. Ele ficaria ainda mais irritado diante de outro erro. Na mesma edição, Política afirmou que o novo prédio do Tribunal de Contas dos Municípios tem área de 15 mil km² e área construída de 7,8 mil km². Números faraônicos levando-se em conta que a Região Metropolitana de Fortaleza tem 5,7 mil km². Seria sombra para todo mundo. O pior é que no Erramos, no dia seguinte ainda saiu 15 mi².

ESQUECIDO PELA MÍDIA: Caos na saúde verificado no início do ano no Hospital Dr. Eduardo Dias, em Aracati?

FOMOS BEM

ENSINO

Série sobre dificuldades da educação inclusiva no ensino público do Ceará.

FOMOS MAL

CHUVA DE METEOROS

Jornal deu dois textos para explicar como ver fenômeno. Um infográfico informaria melhor ao leitor.”