O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, decidiu acabar com a proibição de imagens de caixões de soldados americanos mortos em guerras. Sob a nova política do Pentágono, os caixões cobertos por bandeiras dos EUA que chegam à base da força aérea de Dover, em Delaware, poderão ser registrados em fotos por veículos de imprensa desde que as famílias dos soldados dêem seu consentimento.
A proibição das imagens foi instituída pelo presidente George H.W. Bush em 1991 e sempre contou com críticas de que servia como tentativa para o governo esconder o custo humano das guerras. Pelo menos dois senadores democratas – John Kerry e Frank Lautenberg – já haviam pedido ao presidente Barack Obama que reconsiderasse a proibição à presença de fotojornalistas nas cerimônias na base militar, para onde são levados os caixões antes de seguirem para as cidades natais dos soldados. Gates havia dito a jornalistas, no início de fevereiro, que estava revisando a política e tentando resolver questões relacionadas à privacidade das famílias dos militares mortos.
Exceções
Ao longo dos anos, chegaram a ser feitas algumas exceções à política, permitindo que a mídia fotografasse os caixões, mas a proibição foi intensificada após a eleição do presidente George W. Bush e as guerras do Afeganistão e Iraque. Em 2005, sob pressão de defensores da transparência no governo, que se basearam no Ato de Liberdade de Informação, o Pentágono divulgou imagens próprias de centenas de caixões cobertos por bandeiras – de vítimas das duas guerras, conflitos anteriores e acidentes militares.
Até esta semana, pelo menos 4.251 membros do Exército americano haviam morrido no conflito no Iraque nos últimos seis anos, segundo dados da agência Associated Press. Como resultado da invasão americana ao Afeganistão, no fim de 2001, o Departamento de Defesa contabiliza 584 militares mortos no país, no Paquistão e no Uzbequistão. Informações de Pauline Jelinek e Anne Gearan [Associated Press, 26/2/09].