A internet fez da informação algo instantâneo e efêmero, correto? Segundo um pesquisador da Universidade americana de Notre Dame, as coisas não acontecem bem assim com as notícias postadas na rede. Albert-László Barabási monitorou por um mês todos os ‘cliques’ dos internautas no sítio de notícias húngaro Origo, e verificou que a vida de uma notícia online dura em média 36 horas.
Os resultados do estudo, intitulado ‘A dinâmica do acesso à informação na rede’, foram apresentados na edição de junho da Physical Review E, publicação científica da American Physical Society.
Mais precisamente, Barabási concluiu que 36 horas é o tempo que leva para que metade do número total de leitores de um artigo chegue a ele. Para o pesquisador, o resultado é positivo para jornalistas de sítios de notícias, já que seus textos ‘duram’ mais do que seria de se esperar na era da informação instantânea. Barabási afirma que a idéia tradicional que se tem sobre o comportamento dos internautas teria levado outros pesquisadores a calcular um tempo bem menor de vida, com, em média, duas horas de ‘sobrevivência’ de um artigo jornalístico.
Explosão de cliques
O autor do estudo descobriu que, em vez de manter um movimento linear ao longo do dia na leitura de notícias, os internautas apresentam um padrão de pequenos momentos de explosão no número de cliques em determinado artigo. Desta forma, enquanto uma história já se tornou velha para alguns leitores, ela vira atrativo para outros que estavam desconectados por algum tempo.
Jennifer Sizemore, editora do portal MSNBC.com, diz experimentar esta teoria no dia a dia. ‘É impressionante ver como os leitores encontram o caminho daquilo pelo qual se interessam. É claro que as histórias em destaque sempre recebem toneladas de tráfego, mas às vezes aquela matéria quase no fim da página não fica muito atrás’, explica. Informações de Noam Cohen [The New York Times, 17/7/06].