Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Posten é processado por organizações muçulmanas

Um grupo de 27 organizações muçulmanas da Dinamarca entrou com um processo por difamação contra o jornal Jyllands-Posten, primeiro a publicar as polêmicas charges do profeta Maomé. O advogado Michael Christiani Havemann, que representa o grupo, afirma que a acusação irá pedir US$ 16,100 em danos do editor-chefe do diário, Carsten Justen, e do editor de Cultura, Flemming Rose, que supervisionaram a publicação dos 12 cartuns. ‘Nós queremos que o texto e os desenhos gratuitamente difamatórios sejam julgados’, disse o advogado. A ação foi aberta na cidade de Aarhus, onde fica a sede do Posten.

O processo foi aberto apenas duas semanas depois que o principal promotor público do país desistiu de prestar queixa criminal contra o jornal, justificando que nenhum crime de preconceito racial ou blasfêmia foi cometido com a publicação dos desenhos que deram origem a tantos protestos violentos na comunidade muçulmana.

Polêmica e violência

Para lembrar o caso: o jornal dinamarquês causou controvérsia ao publicar, em setembro do ano passado, desenhos de Maomé – com a proposta de desafiar a auto-censura de artistas receosos em ofender o Islã. As charges do profeta foram reproduzidas por diversos jornais na imprensa ocidental, principalmente na Europa, em nome da liberdade de expressão e da liberdade de imprensa. Após uma série de violentos protestos em dezenas de países, o Posten se desculpou por ter ofendido a comunidade muçulmana, mas manteve sua posição de defender o direito de publicar os desenhos, citando também a liberdade de expressão. Informações da Associated Press [30/3/06].