Com a realização da eleição no Iraque, em 30/1, as principais redes de TV americanas enviaram seus mais importantes âncoras ao país. Brian Williams, da NBC, Dan Rather, da CBS, Shepard Smith, da Fox News, e Anderson Cooper, da CNN, deslocaram-se para acompanhar o pleito de perto. No entanto, segundo Howard Kurtz [The Washington Post, 27/1/05], eles contrariam o atual fluxo dos profissionais da imprensa dos EUA: os veículos estão encontrando cada vez mais dificuldade em encontrar funcionários que se disponham a ir para o Iraque.
‘Se eles se recusam, não pergunto os motivos’, conta Tim McNulty, editor-assistente do Chicago Tribune. ‘Está terrivelmente perigoso lá, de um modo que não era em outras guerras’, concorda Marjorie Miller, editora internacional do Los Angeles Times. O Pentágono informa que, na véspera desta eleição, havia 162 jornalistas trabalhando incorporados às forças americanas. Em 2003, no início do conflito, este número chegou a ultrapassar os 650.
A forma de administrar uma equipe numa região de alto risco varia em cada veículo. A rede ABC pede que cada repórter fique, no máximo, quatro semanas no Iraque. No Washington Post, esse prazo pode chegar a oito semanas. O cargo de chefe do escritório de Bagdá do diário já foi oferecido abertamente na redação por duas vezes e negociado com diferentes repórteres. O editor internacional do jornal, David Hoffmann, considera que o conflito do Iraque está sendo o mais difícil de cobrir desde a Guerra do Vietnã. ‘Mas, com 150 mil soldados americanos ali, sentimos que não podemos ir embora’, comenta. Segundo a Federação Internacional de Jornalistas, 49 profissionais de veículos de comunicação foram mortos no país no ano passado.