Quero parabenizar a Cláudia Rodrigues pela matéria. Participei do grupo de trabalho que elaborou este novo documento do Ministério da Saúde, sobre câncer da mama. Minha expectativa era que a falta de evidências de que o auto-exame da mama parece não reduzir a mortalidade por esta doença não ocupasse tanto espaço na mídia. Em hipótese alguma o auto-exame aumenta, por si só, o número de biópsias. Isto é um absurdo. O uso do rastreamento mamográfico aumenta muito mais o número de biópsias e também as evidências da redução da mortalidade não são absolutas. Na Suécia e em outros países europeus a mamografia está muito disponível e o câncer de mama continua sendo a principal causa de morte por câncer entre as mulheres. A discreta queda da mortalidade que tem sido observada nos últimos anos é atribuída mais ao avanço no tratamento do que propriamente ao rastreamento mamográfico. Ao transmitir estas informações para as mulheres, precisamos ser cuidadosos.
Luiz Carlos Zeferino, professor e médico, Campinas, SP
Mídia, medicina e mercadização – Cláudia Rodrigues
POLÍTICA NUCLEAR
Concordo com alguns pontos da matéria, é uma pena que no fim ela tenha descambado para fora do que se propunha. A menção aos missionários me lembra o e-mail que recebo mensalmente, de algum amigo preocupado, comentando sobre a Amazônia ser considerada território internacional em livros didáticos nos EUA: não faz muito sentido, além de ser errôneo. Enfim, o ideal seria se fixar no assunto da energia nuclear. Se os últimos parágrafos fossem retirados o artigo seria bem melhor, no meu conceito. Ao menos poderia ter dado mais destaque ao fato de o ministro doidivanas que desejava retomar o programa da bomba atômica nacional.
Como o escritor bem sabe, no Brasil mais vale a vontade do presidente do que a letra da Constituição, e se um ministro propõe a retomada da pesquisa da bomba atômica (não há 40 anos, mas há poucos meses) os EUA podem pensar, com razão, que mesmo que o Brasil não queira usar uma bomba atômica pode muito bem vender a tecnologia. Depois dos eventos de 11 de setembro de 2001, o governo americano não gosta de surpresas. Melhor para o Brasil seria negociar algumas vantagens na área comercial/tecnológica, do que tentar vencer esta queda-de-braço ideológica boba.
Rodrigo Carvalho, engenheiro, Fort Lee, EUA
Urânio e autonomia nacional – Ulisses Capozzoli
AINDA O CATARINA
O que achei mais interessante é que na sexta pela manhã, no noticiário da Band, a previsão do tempo disse que era exagero afirmar que seria um furacão etc. etc.; à tarde, recebi a edição da National Geographic, e adivinhem: fala sobre tufões e furacões e coloca a região atingida como das mais propícias a esse tipo de ocorrência…
Barbara Bardini, estudante, Porto alegre
No rastro da ventania – Felipe A. P. L. Costa
MÍDIA RURAL
Percebo que é comum no Mato Grosso do Sul (maior rebanho bovino e exportador de carne) os pecuaristas de gado de corte adotarem a DBO como a mais lida e procurada. Isto se explica pela linha editorial da revista, direcionada a este ramo de atividade do agronegócio. Além da grande atenção aos leilões de gado e balanços de utilização de raças, entre outros.
Fabiano Reis, assessor de comunicação e marketing, Campo Grande, MS