Saturday, 02 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Primeira-dama do Zimbábue processa jornal

A primeira-dama do Zimbábue, Grace Mugabe, abriu processo contra o jornal Standard por publicar acusações, com base em dados vazados pelo WikiLeaks, de que ela teria lucrado imensamente com o comércio ilícito de diamantes. A mulher do presidente Robert Mugabe quer ser indenizada em US$ 15 milhões e abriu a ação na Alta Corte de Harare. Muitas das informações publicadas pelo jornal foram retiradas de documentos diplomáticos da embaixada dos EUA que diziam que Grace fazia parte de um grupo que lucrava ‘milhões de dólares por mês’ com a venda de pedras ilegais retiradas de minas no distrito de Marange.

Segundo o jornal estatal Herald, as acusações feitas contra a primeira-dama são ‘falsas, escandalosas, maliciosas e destinadas a prejudicar sua reputação’. Os papéis da corte dizem que Grace é ‘muito bem vista internacionalmente’ – ela é bastante conhecida, no entanto, por seu entusiasmo pelas compras no exterior.

Nos documentos vazados pelo WikiLeaks, o embaixador americano James McGee descreveu um encontro entre um dos seus funcionários e o representante de uma empresa mineradora que teve o pedido de exploração de diamantes da mina Chiadzwa, no distrito de Marange, revogado pelo governo. O executivo da mineradora teria dito que ‘elites bem conectadas estão gerando milhões de dólares em renda pessoal ao contratar equipes de mineiros para extrair diamantes à mão de Chiadzwa antes de revender as pedras a compradores estrangeiros’. Desde 2006, milhares de mineiros ilegais invadiram os campos de diamantes e, até uma violenta intervenção do Exército, vendiam as pedras para o governo. Informações de Xan Rice [The Guardian, 16/12/10].