Cerca de 62,5 milhões de americanos assistiram ao primeiro debate presidencial entre George Bush e John Kerry na noite de quinta-feira, 30/9. O índice de audiência, divulgado pelo Nielsen Media Research, não se compara aos 80,6 milhões de telespectadores do debate entre Jimmy Carter e Ronald Reagan em 1980, mas está bem acima da média das últimas eleições presidenciais. Em 1996, os debates entre Bill Clinton e Robert Dole atingiram cerca de 36 milhões de espectadores cada; e em 2000, o primeiro debate entre Bush e Al Gore chegou a apenas 46,6 milhões, baixando para 38 milhões nos dois últimos.
Segundo David Bauder [AP, 1/10/04], os números do primeiro confronto entre Bush e Kerry mostram haver um intenso interesse por esta campanha presidencial. O debate moderado por Jim Lehrer em Coral Gables, na Flórida, correu sem percalços e foi marcado pelo tom respeitoso entre os dois candidatos – que em meio a algumas farpas chegaram até a fazer elogios entre suas famílias. Para tornar os 90 minutos de perguntas e respostas mais interessantes, as emissoras de TV desrespeitaram um dos muitos pedidos dos organizadores das campanhas. Em boa parte do tempo, os telespectadores puderam ver a reação de um candidato enquanto o outro falava. ‘E a expressão por vezes irritada do presidente Bush explicava porque as emissoras não conseguiram resistir’, afirma Bauder. As câmeras flagraram a irritação e a impaciência do presidente durante algumas respostas de Kerry, que por sua vez mantinha uma expressão calma e neutra – e concentrava-se em fazer algumas anotações – enquanto seu adversário falava.
NBC e Fox News se destacam
Entre as emissoras de TV aberta, a NBC abocanhou a maior parte da audiência, com 17,2 milhões de telespectadores. Foi seguida pela CBS, com 13,5 milhões, e pela ABC, com 11,5 milhões. No quarto lugar geral e em primeiro entre os canais a cabo ficou a Fox News, com um público de 9,6 milhões. A CNN teve 4,4 milhões de telespectadores e a MSNBC, 1,2 milhão.
Ao contrário das concorrentes, a NBC não realizou uma pesquisa instantânea logo após o debate para descobrir quem teria ganho. A decisão da emissora em não realizar a prática comum foi explicada pelo produtor executivo do programa Today, Tom Touchet. ‘Como uma divisão de jornalismo, pensamos muito a respeito. É importante que não nos tornemos uma parte ativa do processo de escolha do voto e deixemos que os fatos se apresentem por si só’, concluiu ele. Com informações da Reuters [1/10/04].