A população européia tem milhares de canais de TV para escolher, mas cada vez menos programação de qualidade para assistir. É o que afirma um relatório divulgado na semana passada pelo Open Society Institute, organização, com sede na Hungria, que monitora a mídia no continente.
O instituto analisou concentração de propriedade, conteúdo e regulamentação em 20 países europeus, incluindo 12 membros da União Européia, quatro candidatos ao bloco e quatro potenciais candidatos ao bloco. O relatório conclui que há uma queda de qualidade na cobertura jornalística em países onde poucas companhias controlam todo o mercado de TV local e naqueles que concederam licenças de funcionamento a uma enxurrada de canais comerciais rápido demais.
A televisão continua a ser a principal fonte de informação para a maioria dos europeus, mesmo tendo se tornado menos informativa e mais sensacionalista. Desta forma, os telespectadores acabam não recebendo as informações necessárias para fazer escolhas democráticas conscientes.
A TV digital poderia ser um meio de aumentar as opções de programação de qualidade e, em conseqüência, a competição entre os canais. Mas como a atual regulamentação de transmissão não a cobre, o formato pode acabar dominado por algumas poucas e poderosas companhias e seus interesses estritamente comerciais.
A organização ressaltou em seu relatório que os governos e instituições internacionais não devem deixar que o mercado determine as políticas de transmissão, mas devem ceder licenças para o funcionamento de estações públicas automaticamente. O relatório recomendou também que a União Européia crie uma agência independente de monitoramento de concentração de mídia, e que os governos arranjem meios de garantir que o financiamento dos canais de TV seja transparente. Informações de Alison Lapp [AP, 10/10/05].