Um diretor e um editor de um importante jornal do sul da China, condenados por acusações de corrupção, tiveram suas sentenças reduzidas depois de uma onda de reclamações de que seus julgamentos haviam sido planejados como uma punição por suas reportagens críticas ao governo.
Mas os novos vereditos cortaram apenas alguns poucos anos da sentença original de prisão, o que desapontou os defensores dos dois acusados, que, segundo Richard McGregor [The Financial Times, 15/6/04], acreditam que o julgamento deles foi usado como exemplo para mostrar aos repórteres locais os perigos de se contrariar o governo em assuntos delicados.
Yu Huafeng, ex-diretor geral do Southern Metropolitan Daily, teve sua sentença de fraude diminuída de 12 para oito anos de prisão; e Li Minying, ex-editor chefe do jornal acusado de aceitar suborno, de 11 para seis anos.
O Southern Metropolitan Daily irritou o governo no ano passado por publicar abertamente informações sobre a epidemia da Sars, quando as autoridades tentavam limitar as notícias sobre a doença. O jornal também tocava em assuntos como corrupção e direitos trabalhistas.
Defensores de Huafeng e Minying fizeram um sítio na internet com petições e cartas abertas de jornalistas e de intelectuais das mais prestigiadas universidades chinesas, afirmando que o julgamento foi injusto e envergonhou o país.