Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Procuradores pressionarão Supremo americano

Procuradores-gerais de pelo menos 34 estados americanos enviarão uma carta à Suprema Corte dos EUA pedindo que ela reconheça o direito dos jornalistas de guardarem sigilo de fonte no caso da agente da CIA Valerie Plame. Segundo informa a agência AP [26/5/05], esse privilégio dos profissionais de imprensa é reconhecido por lei ou jurisprudência em todos os estados do país – exceto no Wyoming, porque nunca houve ali um caso que fizesse a questão entrar na pauta de seus poderes judiciário ou legislativo.

O articulador da iniciativa é o procurador-geral de Utah, o republicano Mark Shurtleff, segundo o qual ‘a sociedade é mais bem servida com uma imprensa livre e um público informado’. Ele acredita que a carta pode influenciar a decisão do Supremo.

Repórteres perseguidos

O promotor Patrick Fitzgerald quer que os repórteres Judith Miller, do New York Times, e Matthew Cooper, da revista Time, revelem quem lhes informou que Valerie é uma espiã. Ela é mulher de um ex-diplomata que criticou em artigo de jornal os argumentos de George W. Bush para invadir o Iraque. Judith e Cooper já perderam recursos em duas instâncias e estão condenados a 18 meses de prisão por não colaborarem com a justiça, mas a execução da pena está temporariamente suspensa. Se o Supremo aceitar julgar o caso, o que só anunciará no segundo semestre deste ano, eles terão o mandato de prisão postergado até a decisão final da justiça.

A identidade de Valerie foi publicada pela primeira vez pelo colunista Robert Novak, reproduzido por diversos jornais. Judith e Cooper, apesar de não a terem identificado em reportagens, também foram contatados por alguma fonte que lhes entregou a informação da identidade da agente; algo que, em determinadas circunstâncias, está proibido pela lei americana. O processo visa descobrir se Valerie foi entregue à imprensa em represália aos comentários de seu marido contra o presidente. Os dois jornalistas se negam a dizer quem foi seu informante sob a alegação de que gozam de privilégio de sigilo de fonte.