Os jornais britânicos amanheceram positivos em 8/2/04. Cansados de discutir o caso da BBC, do inquérito Hutton, de David Kelly e de outros numerosos personagens que protagonizaram uma das mais violentas crises da rede pública de TV e rádio, resolveram enfocar o salário de 81.320 libras esterlinas oferecido ao ainda desconhecido novo presidente da corporação, em troca de quatro dias por semana de trabalho.
Nas entrelinhas, os textos diziam que os candidatos eram informados de que a BBC vive um momento de ‘mudanças reguladoras’. Além disso, o comunicado divulgado na imprensa afirmava que os candidatos deveriam ter a ‘credibilidade para agir como elo efetivo entre a BBC, o governo e o parlamento’.
Apesar do salário atraente, o cargo não tem sido muito visado. Mesmo assim, segundo Robert Verkaik [The Independent, 9/2/04], o sítio da BBC indica algumas ‘personalidades qualificadas na mídia’ corajosas o suficiente para ocupar o cargo. No topo da lista está a baronesa Jay of Paddington, que foi candidata ao mesmo posto há três anos. Em seguida vem David Dimbleby, uma das ‘figuras mais conhecidas no jornalismo político televisivo’ e apresentador do carro-chefe da BBC 1, Question Time.
Uma das primeiras tarefas do novo presidente será designar alguém para o cargo de diretor-geral, ocupado antes por Greg Dyke. A BBC também indica alguns nomes para esse posto, com Mark Byford, que hoje ocupa interinamente o cargo de Dyke, como favorito.
A escolha do presidente será analisada por um comitê público. Tessa Jowell, secretária da Cultura, afirmou que não seria adequado escolher alguém politicamente ativo, mas se disse relutante em oferecer um critério para separar políticos de não-políticos.
Os candidatos têm até o final do mês para se inscreverem. O resultado está prevista para meados de abril.