The New York Times [23/3/05] informa que se demitiu o produtor da rede CBS Josh Howard, mais de dois meses após ser instado a fazê-lo pelo presidente da emissora, Leslie Moonves. Ele era o último do grupo ‘expulso’ por Moonves após a exibição de uma reportagem no programa 60 Minutes, no ano passado, em que George W. Bush era acusado de receber tratamento privilegiado quando servia as forças armadas, nos anos 70. A matéria era baseada em documentos de autenticidade duvidosa. O relatório de um comitê de investigação do incidente concluiu que a equipe da CBS levou a história ao ar precipitadamente para furar a concorrência. A vice-presidente sênior de jornalismo, Betsy West, e a vice de Howard, Mary Murphy, já haviam assinado suas demissões. A produtora que esteve diretamente encarregada da reportagem, Mary Mapes, foi demitida diretamente. No ano passado, além desta reportagem, que abalou sua carreira, ela fora uma das jornalistas que ajudaram a desenterrar o escândalo dos prisioneiros mal-tratados na prisão iraquiana de Abu Ghraib.
Funcionários protestam contra Reuters
O sindicato Newspaper Guild of New York [21/3/05] informa que os repórteres americanos da agência britânica Reuters fizeram, na semana passada, uma greve de créditos e uma operação-padrão em protesto contra os cortes de gastos na companhia. Os empregados denunciam que até 3.000 funcionários devem ser demitido nos EUA para que se contrate pessoal menos experiente para a redação de Bangalore, na Índia, que faz cobertura à distância. Os trabalhadores afiliados ao sindicato, por sua vez, estão sendo pressionados para aceitar redução de benefícios, como plano de saúde. Enquanto os lucros da Reuters caem e seu presidente, Tom Glocer, tenta compensar economizando em mão-de obra, seus ganhos, bem como os de outros executivos, só têm crescido – em 2004, ele ganhou US$ 10.5 milhões de bônus. Alguns jornalistas da Reuters em outros países também suprimiram suas assinaturas das matérias, em solidariedade ao protesto dos colegas americanos.
Apple 1 x Blogueiros 0
Um juiz de Santa Clara, na Califórnia, determinou no início do mês que os blogueiros que publicaram informações confidenciais da Apple devem revelar os nomes de suas fontes anônimas. Em dezembro do ano passado, a empresa de computadores abriu processo contra 25 pessoas não-identificadas que, acredita-se, sejam seus funcionários, por terem vazado informações sobre um produto ainda não lançado para as publicações online Apple Insider, Powerpage e Think Secret. O caso gerou uma discussão sobre os direitos e deveres do jornalismo feito em blogs. Mas o juiz James Kleinberg afirmou que os jornalistas independentes que publicaram a ‘informação roubada’ não estavam protegidos por leis. Eles recorreram do veredicto na semana passada. As informações são de Rachel Konrad [AP, 22/3/05].