A organização Repórteres Sem Fronteiras [14/9/05] protestou contra as ações de forças de segurança do Nepal, que agrediram e prenderam, desde o início de setembro, 55 jornalistas que cobriam ou faziam parte de manifestações pró-democracia no país. Profissionais que cobriam passeatas em oposição ao rei Gyanendra também sofreram os mesmos níveis de brutalidade. Segundo a organização, desde que os maoístas declararam um cessar-fogo, no dia 3/9, o governo decidiu apertar ainda mais o cerco para evitar o avanço de movimento democráticos. A RSF pede o fim da brutalidade da polícia e o direito de realizar manifestações pacificamente.
No dia 5/9, a polícia agrediu um grupo de jornalistas que cobria uma manifestação em Katmandu que pedia o ‘fim da ditadura’. Um deles, Satyaram Parajuli, foi gravemente ferido. Na ocasião, a maior parte da mídia nepalesa protestou contra a explosão de violência. No dia seguinte, um outro grupo de jornalistas foi agredido, incluindo Bharat Shahi, editor do semanário Chuli Sandesh, Bhimsen Rajbahak, da agência Communication Corner, Kamal Pariyar, do semanário Jana Sangharsa, Rodan Rai, fotógrafo do Himalayan Times, e Gyanendra Sharma, cinegrafista do Nepal One TV. Bharat Shahi foi agredido na cabeça por policiais uniformizados e à paisana e foi levado ao hospital com diversos ferimentos. Testemunhas afirmaram que o oficial Ganesh KC deu ordens de prender jornalistas que cobriam as manifestações.
No dia 9/9, 34 escritores e jornalistas que protestavam por uma maior liberdade de expressão foram presos pela polícia em Bhotahiti, na parte central de Katmandu. Eles ficaram detidos por seis horas antes de serem liberados. No dia 13/9, mais de 500 protestantes, incluindo diversos jornalistas, foram novamente agredidos e presos pela polícia na capital. No mínimo cinco jornalistas foram gravemente feridos.