Subiu para quatro, na tarde de segunda-feira (4/9), o número de jornais diários gratuitos distribuídos nas estações de metrô de Londres. The London Paper, publicado pela News International, teve lançamento às 4:30 da tarde (horário local), quando um exército de 700 funcionários começou a distribuir as 400 mil cópias impressas da primeira edição do diário no centro da cidade.
Há cinco anos, não existia nenhum jornal do tipo, mas hoje os cidadãos londrinos podem – na ida ou na volta do trabalho – optar por ler o Metro, o London Lite, o City AM ou o London Paper. Vale a pena entrar em um ‘mercado’ já saturado?
Moderno
Segundo o editor do novo gratuito, vale, desde que se tenha um diferencial. Stefano Hatfield acredita que o London Paper tem uma vantagem sobre os rivais. ‘Este jornal é feito para aqueles que querem celebrar Londres. Nós vivemos em uma das melhores cidades do mundo e o London Paper realmente reflete isso’, explica. ‘O jornal é cheio de notícias, entretenimento, resenhas e listagens – tudo aquilo que o trabalhador que volta para casa quer’.
Ian Clark, diretor da News International Free Newspapers, que supervisiona o lançamento do novo diário, corrobora a idéia de que o gratuito é o ‘jornal mais moderno’ entre os concorrentes. ‘Estamos orgulhosos de termos integrado atividades editoriais com publicidade, marketing e área digital, o que significa que o London Paper pode oferecer soluções poderosas, inovadoras e criativas aos anunciantes’, completa.
Soluções
Resta saber se a receita de sucesso do London Paper irá sobressair no meio dos concorrentes. Por enquanto, analistas de mídia se mostram receosos que a equação entre títulos e anunciantes desande com o aumento do número de jornais – já que, como são gratuitos, o lucro destes diários vem todo de publicidade.
A internet tem grande parcela de culpa na proliferação dos títulos gratuitos londrinos – e em outros grandes centros urbanos pelo mundo. A migração dos leitores para a rede e o sucesso de comunidades online entre os jovens consumidores fizeram com que as editoras passassem a buscar soluções para reconquistar os leitores perdidos e ganhar a simpatia e lealdade do público jovem – ao mesmo tempo em que tentam segurar os anunciantes e proteger suas margens de lucro. Informações de Mark Kleinman [The Sunday Times, 3/9/06] e Stephen Brook [The Guardian, 4/9/06].