Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Promotores querem prisão de executivos do Google

Promotores italianos pediram a um juiz, na semana passada, que emita sentenças de prisão para três executivos e um ex-executivo do Google acusados de difamação e não cumprimento às leis de privacidade em um caso que pode alterar o modo como o gigante de buscas funciona na Itália e no resto da Europa.

Segundo os promotores, o Google foi negligente ao permitir a divulgação, durante dois meses de 2006, de um vídeo que mostrava adolescentes humilhando um colega de escola com Síndrome de Down, em Turim. O Google alega ter removido o arquivo horas depois de ter sido alertado sobre sua existência. No entanto, os promotores submeteram ao tribunal um documento de 119 páginas com evidências que comprovariam que a companhia americana soube do incidente bem antes da remoção do vídeo. As imagens só foram retiradas do site quando a associação italiana Vivi Down, que defende os direitos de pessoas com Síndrome de Down, entrou em contato com autoridades, que então alertaram ao Google sobre o problema.

O grupo quer que três executivos – David Drummond, vice-presidente e diretor jurídico; Peter Fleischer, conselheiro de privacidade global; e George Reyes, ex-diretor financeiro – recebam sentença de um ano de prisão e que Arvind Desikan, hoje gerente de marketing no Reino Unido, seja sentenciado a seis meses de prisão. Se forem considerados culpados, os quatro réus não ficarão presos, porque na Itália sentenças inferiores a três anos podem ser trocadas por outras mais leves em caso dos condenados não terem histórico criminal.

Se os promotores conseguirem convencer o juiz de que o Google sabia que o vídeo estava online e optou por nada fazer, a empresa pode ser forçada a mudar suas práticas de operação na Itália e no resto da Europa a fim de criar filtros para alertar a existência de vídeos ofensivos. O gigante de buscas irá apresentar sua defesa no próximo mês. ‘Removemos o vídeo quando fomos notificados pelas autoridades e, graças a nossa cooperação, os que registraram e publicaram as práticas de bullying foram identificados e punidos’, declarou.

Racismo

Outro episódio recente fez com que o Google pedisse desculpas por uma imagem ofensiva à primeira-dama americana, Michelle Obama, que a associava a um primata e aparecia nos primeiros resultados de buscas por imagens quando digitado seu nome. Um anúncio publicitário foi colocado acima da imagem, dizendo que ‘algumas vezes nossos resultados podem ser ofensivos. Nós concordamos’. Quem clicasse no anúncio era dirigido a uma carta do Google que explicava que seus resultados ‘podem incluir conteúdo perturbador’, mas que a empresa não aprovava este tipo de material. ‘Pedimos desculpas se você teve uma experiência ruim usando o Google’, escreveu a companhia. Informações de Eric Sylvers [New York Times, 26/11/09].