A internet tornou mais fácil que leitores se organizem para protestar em massa contra a imprensa. É comum que partidários de uma idéia coordenadamente inundem as caixas postais de um veículo de comunicação para reclamar do enfoque dado a ela. Em um seminário na Universidade Harvard, os âncoras Dan Rather, da CBS, Tom Brokaw, da NBC, Peter Jennings, da ABC, Jim Lehrer, da PBS, e Judy Woodruff, da CNN, discutiram se, com a proximidade das eleições americanas e um grau de polarização política sem precedentes na população, as mobilizações maciças de espectadores têm influenciado o noticiário.
‘Se um assunto dos mais explosivos é tocado, há times de resposta imediata que vão cair sobre você. (…) Às vezes seu chefe ou alguém na sua equipe dirá ‘Sabe de uma coisa? Se dermos essa notícia estaremos pedindo por confusão com C maiúsculo. Então para que dá-la? Por que não deixar passar?’ Lamento informar, mas isso acontece’, contou Rather.
Jennings comentou que existe uma onda implacável de rancor, principalmente entre os conservadores, que atacam os patrocinadores dos programas que lhes desagradam. Brokaw é de opinião que as pressões sempre existiram, apenas foram facilitadas pela internet. Ele garantiu que elas não afetam seu programa, o Nightly News. ‘Não me lembro de alguma vez termos recuado na redação para não desencadear uma campanha organizada’. Com informações do USA Today [4/8/04].