Desde a invasão do Iraque pelos americanos, 15 rádios privadas, antes proibidas, foram abertas no país. A repórter Sabrina Tavernise [The New York Times, 31/8/04] foi conhecer uma das mais ouvidas de Bagdá, a Rádio Dijla, que tem exclusivamente programas de informação e entrevistas.
Criada em abril com financiamento do governo sueco, a provável razão de seu sucesso é a possibilidade de participação dos ouvintes. Eles ligam para reclamar com funcionários do governo convidados para falar no estúdio ou para discutir questões sobre relacionamentos, em atração noturna dedicada somente a isso. Em outro programa, clérigos xiitas e sunitas conduzem debates sobre diferenças religiosas.
Ao todo, são 19 horas diárias de programação, com média de 185 ligações de ouvintes por hora. Seu proprietário, Ahmed al-Rakabi, diz que planeja comprar mais linhas telefônicas para poder atender a todos.
Um dia antes de Saddam Hussein ser levado pela primeira vez ao tribunal, a Rádio Dijla abriu espaço para que o público dissesse o que gostaria que acontecesse com o ditador deposto. Demonstrando apego à nova liberdade conquistada, a maioria dos participantes respondeu que queria que Saddam fosse executado.