Rebekah Brooks, executiva-chefe da News International, deixou a empresa na sexta-feira [15/7]. Rebekah se tornou um dos principais personagens do escândalo do News of the World porque era editora do tabloide quando foi invadida e manipulada a caixa de mensagens de uma adolescente assassinada, em 2002. Desde antes do fechamento do jornal, no último domingo 10, era grande a pressão de políticos para que Rebekah renunciasse. A executiva, no entanto, era uma espécie de protegida de Rupert Murdoch, o poderoso dono da News Corp, proprietária da News International. No dia em que o News of the World publicava sua última edição, o empresário apareceu diante das câmeras ao lado de Rebekah, num sinal claro de que a apoiava e de que ela não perderia seu cargo.
Ainda que se soubesse que o tabloide havia grampeado telefones de celebridades, políticos e membros da família real, ficou feio para o jornal quando veio a público, na semana passada, a informação de que mensagens recebidas no telefone da menina Milly Dowler, de 13 anos, haviam sido ouvidas por jornalistas e apagadas quando a caixa postal ficou cheia. Milly estava desaparecida e, posteriormente, descobriu-se que havia sido assassinada. Outras revelações, de que o jornal teria pagado propina a policiais e hackeado os telefones de parentes de vítimas dos atentados terroristas em Londres em 2005 e de soldados mortos em conflito, tornaram insustentável a situação.
Murdoch decidiu encerrar as operações do jornal – que tinha 168 anos de história e foi comprado por ele em 1969 – e, esta semana, desistiu da compra da operadora de TV British Sky Broadcasting. Bombardeado por críticas, o primeiro-ministro David Cameron anunciou o início de um inquérito para avaliar a existência de atividade criminosa no News of the World e no resto da mídia britânica.
Diante da bola de neve, Rebekah afirmou, na sexta-feira 15, que seu cargo como CEO da News International havia se tornado uma distração muito grande para os problemas da News Corp. “Eu havia acreditado que a ação correta e responsável era nos guiar pelo calor da crise. Mas meu desejo de ficar no centro fez com que eu me tornasse um ponto de foco no debate”, afirmou ela em um e-mail enviado aos colegas de trabalho e divulgado pela News International. Tom Mockridge, executivo-chefe da companhia de televisão Sky Italia, também da News Corp, foi nomeado sucessor imediato de Rebekah. Com informações da AP [15/7/11].