A New York Times Company divulgou, esta semana, os números do quarto trimestre de 2012. Para o novo CEO da empresa, o britânico Mark Thompson, o resultado é positivo: o lucro líquido subiu de US$ 58,9 milhões em 2011 para US$ 176,9 milhões. O aumento foi impulsionado pela venda do site About.com e pela receita digital, mas Thompson ressaltou que o ambiente publicitário continua a apresentar desafios para as companhias de mídia.
A receita total subiu 5,2%, para US$ 575,8 milhões. O número de assinaturas digitais também aumentou 13% do terceiro para o quarto trimestres, chegando a 668 mil assinantes. A receita com circulação cresceu 16,1%, impulsionada pelos assinantes digitais e pelo aumento no preço do jornal impresso. A receita de circulação anual, de US$ 952,9 milhões, ultrapassou pela primeira vez a receita publicitária anual, que ficou em pouco mais de US$ 898 milhões. Ainda que a receita com publicidade digital tenha subido 5,1%, a publicidade impressa caiu 5,6%.
Crescimento e demissões
Nos EUA, a publicidade em jornais nacionais caiu 10% nos primeiros nove meses do ano passado, de acordo com a Associação de Jornais da América. “O ano de 2012 mostrou as oportunidades e os desafios que enfrentamos como empresa”, afirmou Thompson. “Vimos um forte crescimento contínuo nas assinaturas digitais, assim como um aumento de receita na nossa ampla circulação impressa”. Ele disse acreditar que as pessoas de todo o mundo têm demonstrado disposição em pagar por jornalismo de qualidade, e isso pode ser crucial para a estratégia de crescimento do grupo New York Times, que engloba, além do diário homônimo, o Boston Globe e o International Herald Tribune.
No fim do ano passado, o New York Times ofereceu pacotes de demissão voluntária na redação. A diretora executiva, Jill Abramson, afirmou que o objetivo era cortar os custos com funcionários não sindicalizados e ressaltou que o jornalão estava tentando reduzir o maior número possível de despesas. Nos últimos anos, o departamento administrativo diminuiu sua equipe em mais de 60%, e recentemente também foi anunciado um programa de demissão voluntária para 30 funcionários do departamento de publicidade. Em 2008, a redação do Times teve seu maior número de demissões, com a eliminação de 100 cargos com pacotes similares.