Wednesday, 13 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1313

Rede de TV alemã desiste de venda

Os alemães que estavam preocupados com a formação de um novo cartel de mídia no país podem se tranqüilizar – pelo menos por enquanto. Em janeiro deste ano, a comissão que fiscaliza a concentração de mídia na Alemanha já havia rejeitado os planos da editora Springer, a maior do país, para a compra do ProSiebenSat.1, um dos maiores grupos de televisão da Alemanha. A Springer, que publica o Bild, jornal mais vendido no país, havia oferecido US$ 5 bilhões pela rede de TV. Nesta segunda-feira (13/2), o investidor americano-israelense Haim Saban, que controla o grupo comercial de televisão alemão, afirmou que ele e seus parceiros decidiram não mais procurar um novo comprador para o ProSiebenSat.1. ‘Apesar do grande interesse de terceiros, nós decidimos por unanimidade não levar adiante outra negociação de venda’, informou o empresário.


Analistas afirmaram que o bilionário Saban está sob pouca pressão para vender o grupo, cujas estações – ProSieben, Sat.1, Kabel1, N24 e 9 Live – devem se beneficiar este ano com o crescimento do mercado publicitário alemão. Depois de três anos de estagnação, espera-se que o lucro com publicidade na Alemanha cresça 2% em 2006.


Klaus Goldhammer, proprietário da Goldmedia, empresa de pesquisa que analisa companhias de mídia, afirmou que Saban não tinha outra escolha a não ser segurar a venda do ProSiebenSat.1. ‘Depois do caso com a Springer, nenhum investidor alemão estaria próximo de vencer a aprovação antitruste para comprar o grupo. E aparentemente não há compradores estrangeiros interessados em pagar o mesmo preço oferecido pela editora alemã’, opinou. A mídia alemã divulgou que a NBC Universal, controlada pela General Electric, e a emissora francesa Société Télévision Française poderiam estar interessadas em comprar a ProSiebenSat.1, mas nenhuma delas confirmou a especulação.


Saban e outros seis parceiros detêm 50,5% das ações da rede ProSiebenSat.1 e 88% dos direitos de voto da companhia. Desde que assumiram o controle da rede, em 2003, o valor de suas ações triplicou. Informações de Kevin O´Brien [The New York Times, 14/2/06].