O Facebook já foi processado por gêmeos milionários, acusado de quebrar leis de privacidade e inspirou um filme em que seu fundador, Mark Zuckerberg, é mostrado um jovem ambicioso ao extremo, capaz de passar por cima até do melhor amigo. Agora, uma nova controvérsia afeta a rede social. Esta semana, a empresa de relações públicas Burson-Marsteller admitiu ter divulgado matérias negativas sobre o rival Google na imprensa americana.
Os jornalistas Jim Goldman e John Mercurio enviaram matérias negativas sobre o Social Circle, nova ferramenta de redes sociais do Google, para uma série de jornais, incluindo o Washington Post. Ambos alegavam que o Social Circle, que permite que usuários do Gmail interajam entre si, permitiria que a empresa coletasse dados muito pessoais de seus clientes. ‘Os americanos devem ser alertados da invasão imediata que o Google está fazendo nas suas vidas pessoais, sem permissão’, escreveram.
A estratégia alarmista foi aparentemente destinada a prejudicar o novo serviço do Google. Nenhuma da matérias foi republicada pelos jornais no formato original. Os jornalistas não revelaram o nome do cliente para o qual trabalhavam – chegaram a ser cogitadas Microsoft e Apple, antes de o Daily Beast, site fundado pela ex-editora da New Yorker, Tina Brown, ter revelado que o Facebook estava por trás da campanha de difamação.
Desculpas
Depois disso, a Burson-Marsteller confirmou a informação e desculpou-se. ‘O cliente pediu para não ter o nome divulgado alegando estar apenas dando destaque a informações disponíveis publicamente e que poderiam ser reproduzidas facilmente na mídia. Seja qual for a análise racional, não segue nosso procedimento padrão e vai contra nossas políticas. Portanto, a tarefa deveria ter sido negada’, afirmou o porta-voz da empresa de relações públicas, Paul Cordasco. Já o Facebook negou tudo. ‘Nenhuma campanha de difamação foi autorizada ou solicitada’, declarou um porta-voz da rede social.
O episódio, no entanto, prejudica a reputação – já afetada – da rede social. Diversos processos contra Zuckerberg, incluindo o dos gêmeos Winklevoss, que alegam que ele roubou a ideia do Facebook quando estudavam juntos na Universidade de Harvard, foram encerrados por acordos. O fundador do Facebook também foi forçado a anunciar no ano passado que a empresa estava revisando seus padrões de privacidade, depois de ter sido acusado de vender informações pessoais dos usuários para anunciantes. Informações de James Robinson e Josh Halliday [The Guardian, 12/5/11].