Thursday, 19 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Reino Unido investiga participação de crianças na TV

O colapso nervoso, ao vivo, da semifinalista Hollie Steel, de apenas 10 anos, no show de calouros Britain´s Got Talent, levou o governo britânico a abrir um inquérito sobre se crianças que participam de programas do gênero precisam de mais proteção. A investigação não focará apenas em programas de calouros, mas também na indústria cinematográfica e de modelos. Desde 1968, a legislação que cobre a participação de crianças na indústria do entretenimento não é revisada no país.

É provável também que o Congresso de Sindicatos Trabalhistas peça que todos os participantes de etapas finais de programas de calouros recebam valores tabelados do sindicato de atores Equity. Isto porque tais programas – em geral com a participação de amadores – têm tirado audiência de outros com profissionais, no horário nobre da TV.

O Equity chegou a abrir uma moção no Congresso, alegando que ‘programas de talentos dão a falsa idéia aos jovens de que é fácil obter sucesso na indústria do entretenimento’. ‘Estes programas são baseados na exploração e humilhação de pessoas vulneráveis, o que não é aceitável’, alegou.

O governo já deu início a conversas com emissoras e produtoras independentes, incluindo a produtora do Britain´s Got Talent. Há regras rígidas sobre a participação das crianças, como o que podem cantar ou interpretar e o tempo que podem ficar longe da escola. A maior parte das apresentações tem que ter licença de uma autoridade local – que deve ter certeza de que a educação e saúde da criança não serão afetadas. Também é exigido que pais ou responsáveis acompanhem as crianças durante todo o tempo, exceto quando estão no palco. Segundo a lei, a ITV e a BBC podem manter uma criança acima de nove anos no estúdio por no máximo 10 horas, até 10 horas da noite. Informações de Patrick Wintour [The Guardian, 5/8/09].