O caso da fotógrafa Zahra Kazemi, morta em julho de 2003 depois de ser interrogada na penitenciária de Evin, no Irã, continua sem solução. Zahra foi detida após fotografar familiares de presos do lado de fora da penitenciária. Depois de uma semana, foi levada ao hospital com ferimentos graves no crânio, e não resistiu.
Os interrogatórios foram comandados por agentes da polícia e do Ministério da Inteligência. Em julho deste ano, apenas um agente foi levado a julgamento – e inocentado. As autoridades iranianas nunca resolveram o caso, e chegaram a afirmar que a morte da fotógrafa teria sido acidental. Como Zahra tinha dupla cidadania iraniana e canadense, o governo do Canadá busca também chegar a uma solução. O Irã, que não reconhece dupla cidadania, insiste que o Canadá não deveria se envolver no caso.
A morte de Zahra e a ineficiência da justiça iraniana abalou a relação entre os dois países. Na ocasião, em função da crise, o Canadá retirou seu embaixador do Irã. Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores canadense, Pierre Pettigrew, enviou um novo embaixador à Teerã. Segundo ele, é importante ter um representante de peso no país, já que os canadenses consideram que o caso de Zahra foi conduzido pelas autoridades iranianas de maneira ‘ofensiva’.
Gordon Venner, o novo embaixador, já foi avisado pelo Ministério das Relações Exteriores do Irã que terá ‘problemas’ caso insista em investigar a morte da fotógrafa. ‘Se alguém entrar no país com este objetivo, encontrará problemas pela frente. Esta é uma questão doméstica da República Islâmica do Irã’, afirmou o porta-voz do Ministério. Informações da AFP [28/11/04].