Ataques à liberdade de expressão tornaram-se uma rotina na Argentina. Nos últimos anos, muitos jornalistas do país têm sido impedidos de realizar seu trabalho de maneira legítima; são intimidados e agredidos e vêem o mesmo acontecer a suas famílias. Um dos muitos exemplos é o da jornalista Clara Britos, dona de um jornal, que reportou à polícia os diversos telefonemas anônimos com ameaças que vinha recebendo: ‘Nós vamos te matar, piranha… Mas vamos matar seu filho antes… Você quer vê-lo com uma bala no peito?’.
Em um relatório publicado em 29/6, a Anistia Internacional divulga exemplos de restrições de liberdade de expressão e lista 59 casos de abusos de direitos humanos sofridos por jornalistas argentinos entre janeiro de 2002 e março de 2004, muitos dos quais ainda não foram completamente investigados.
As alegações de abuso incluem ataques feitos por forças de segurança durante a cobertura de manifestações populares e intimidação de jornalistas investigando casos de corrupção. Para se preservar a liberdade de imprensa, a Anistia Internacional acredita que as autoridades argentinas têm o dever de conduzir investigações completas, imparciais e conclusivas de todas as queixas feitas por membros da mídia – mesmo aquelas que acusem forças de segurança. As autoridades devem também cooperar com as investigações, e assegurar que elas sejam feitas de forma transparente; levar os responsáveis pelos abusos à justiça; e garantir o direito de reparação às vítimas e as suas famílias.
O relatório completo da Anistia Internacional pode ser encontrado no sítio http://web.amnesty.org/library/index/engamr130052004. Informações da Amnesty International [29/6/04].