Tradicionalmente, os opositores de Fidel Castro sempre puderam contar com o apoio do governo dos EUA. Para os jornalistas anticastristas, por exemplo, os americanos arrumavam material de trabalho, como gravadores, e disponibilizavam uma sala com computadores dentro da embaixada suíça em Havana. Agora, há a suspeita de que o serviço secreto cubano se infiltrou na relação entre comunicadores dissidentes e os EUA.
Bernardo Arévalo Padrón é o jornalista que ficou preso na ilha por mais tempo – seis anos. Foi solto em abril e viajaria no fim de agosto para os EUA, como asilado político. Em julho, no entanto, os EUA revogaram seu visto sob alegação de que ele seria um agente de Fidel. O mesmo teria acontecido com outros dissidentes que esperavam asilo.
Arévalo acredita que isso seja obra do serviço de segurança cubano, que teria se infiltrado no movimento oposicionista para ‘neutralizá-lo’. Segundo a Editor & Publisher [4/8/04], a Sociedade Interamericana de Imprensa escreveu ao departamento de Estado dos EUA pedindo que a revogação do visto do jornalista seja reconsiderada.