O repórter da revista Time Matthew Cooper recebeu do juiz federal americano Thomas Hogan a segunda ordem de prisão por obstrução do trabalho da justiça no caso da mulher do ex-diplomata Joseph Wilson e agente da CIA, Valerie Plame. A decisão está suspensa temporariamente para que ele possa recorrer. A Time também está recorrendo da multa diária de US$ 1.000 a que foi condenada enquanto não fornecer documentos que ajudem a resolver o processo.
Foi o colunista Robert Novak, reproduzido em várias publicações dos EUA, quem primeiro identificou a agente secreta Valerie publicamente no ano passado, citando funcionários do governo não identificados como origem do vazamento. Eles teriam agido em represália a Wilson, por ele ter criticado a declaração de George W. Bush, em seu discurso de Estado da União, de que Saddam Hussein teria tentado obter urânio no Níger.
Hogan considerou Cooper em atitude de obstrução pela primeira vez em agosto. O jornalista se livrou da pena de prisão ao aceitar testemunhar estritamente sobre seu contato com o chefe de pessoal do vice-presidente Dick Cheney, Lewis Libby, que deu consentimento para que o pacto de sigilo entre os dois fosse quebrado. Agora, segundo a promotoria, surgiram elementos que exigem novas interrogações ao repórter. O juiz federal argumenta que um julgamento de 1972 criou jurisprudência segundo a qual um profissional de imprensa não pode se negar a testemunhar diante de um grande júri. Cooper, assim como outros jornalistas envolvidos no caso, invocam o direito de sigilo de fonte para não se manifestarem. Com informações do Washington Post [14/10/04].