Saturday, 30 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Repórter que se infiltrou em prisão é inocentado

Durou apenas dois dias o julgamento do repórter David McGee, do jornal britânico News of the World, enquadrado em uma lei de 1952, por ter tirado fotos de Ian Huntley, assassino de duas menina de 10 anos, em sua cela na prisão de Woodhill. McGee usou referências e endereço falsos para conseguir um emprego no presídio e conseguiu levar para lá um computador de mão com câmera digital embutida. Suas fotografias ganharam o British Press Award de melhor capa de jornal e a matéria que as acompanhava revelava a falta de segurança na cadeia. O editor do News of the World, Andy Colson, se disse surpreso com o processo contra seu repórter, já que seu trabalho teria sido claramente de interesse público. Segundo The Independent [28/4/04], o advogado de McGee conseguiu convencer rapidamente o juiz Terence English de que o processo não tinha cabimento porque argumentou que, se a lei em que o jornalista estava sendo enquadrado fosse levada ao pé-da-letra, as pessoas não poderiam entrar nem de cuecas em presídios britânicos sem autorização prévia.



Muitas mulheres na universidade, poucas na redação

A cobertura do censo anual de jornalistas feito pela Sociedade Americana de Editores de Jornais, há duas semanas, concentrou sua preocupação nos baixos salários recebidos pelas minorias raciais e étnicas. Mas outro problema apareceu nos números: o espaço ocupado pelas mulheres nas redações. Michele Weldon, professora-assistente da escola de jornalismo da Universidade de Northwestern, analisou os últimos resultados do censo para o sítio Women’s E-news. Percebeu que, após dois anos de declínio, a cota de mulheres nas redações cresceu de 37,05% para 37,23%, mas outros números específicos pioraram. Hoje, apenas 34,2% dos cargos de chefia são ocupados por mulheres nos EUA, assim como elas constituem apenas 26,2% do contingente de fotógrafos. A maioria das mulheres ou é repórter (39,6%) ou copidesque (41,4%), mas nos dois casos os salários são baixos. Para as jornalistas, diz Michele, ‘algo dá errado entre estudar jornalismo e trabalhar em jornalismo. As mulheres representam mais de 70% dos estudantes de jornalismo nas universidades. Nas redações, entretanto, esse número é cortado pela metade’. Informações da Editor & Publisher [27/4/04].