As notícias não são boas para James Risen, repórter investigativo do New York Times, intimado a fornecer a identidade de uma fonte à justiça americana. A corte de apelações decidiu esta semana, por 13 votos a um, rejeitar a revisão da acusação contra o jornalista, relacionada a uma investigação de vazamento de informações, e a intimação para que ele revele sua fonte.
Mesmo sem muitas opções, Risen não desanimou. “Estou determinado a continuar lutando. Meus advogados e eu estamos planejando levar o caso à Suprema Corte. Não estou desencorajado, porque estou sendo, na realidade, encorajado por um amplo nível de apoio. Acredito que muitas pessoas reconhecem agora a importância desse caso. Eu vou para a prisão se for necessário, para continuar a luta”, afirmou ele.
O caso em questão refere-se a conteúdo publicado no livro Estado de guerra (tradução livre), lançado por Risen em 2006. O capítulo que o levou ao tribunal detalhava o que o jornalista alegava ser um esforço grosseiro da CIA para sabotar a pesquisa nuclear iraniana. Risen foi intimado a revelar suas fontes pela primeira vez em 2008 e depois em 2010. Em dezembro daquele ano, um ex-funcionário da CIA, Jeffrey Sterling, foi acusado, sob o Ato de Espionagem, de ser a fonte do jornalista.
Não existe, nos EUA, uma lei federal de proteção de fontes. A administração do governo Barack Obama está engajada em uma guerra contra os vazadores – o que dificulta o trabalho dos repórteres e provoca uma onda de autocensura prejudicial à democracia. Na opinião da ombudsman do New York Times, Margaret Sullivan, os sinais não são bons para Risen. “Como cidadã e jornalista, eu aprecio seus princípios e seu espírito de luta”, afirmou ela.
***
Leia também