Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Repórter não consegue autorização para depor

O repórter do Washington Post Walter Pincus compareceu ao tribunal na segunda-feira (5/12) para dizer à juíza federal Rosemary M. Collyer que não conseguiu permissão de suas fontes para testemunhar no caso do cientista nuclear Wen Ho Lee. No mês passado, Pincus foi acusado de desobediência à justiça por se recusar a revelar a identidade de suas fontes. Inicialmente, a juíza impôs multa de US$ 500 por dia até que ele concordasse em testemunhar – obrigação suspensa depois que ela resolveu dar ao repórter 10 dias para que ele procurasse suas fontes e pedisse permissão a elas.


O caso Wen Ho Lee teve início em 1999, quando cinco jornalistas – além de Pincus, H. Josef Hebert, da Associated Press, James Risen, do New York Times, Robert Drogin, do Los Angeles Times, e Pierre Thomas, que na época trabalhava na CNN – escreveram matérias onde revelavam uma investigação criminal secreta sobre o possível roubo de segredos nucleares para a China. Lee, que trabalhava no laboratório de armas nucleares de Los Alamos, foi identificado como o principal suspeito do crime. O cientista passou um tempo preso, mas as acusações não foram comprovadas.


Hoje, ele processa os departamentos de Energia e Justiça dos EUA pelo vazamento da informação para a imprensa. Para continuar o caso, entretanto, precisa saber a identidade daqueles que a passaram para os jornalistas. A juíza determinou que o cientista já esgotou todas as outras possibilidades de conseguir a informação, e por isso os jornalistas foram intimados a depor. Os outros quatro repórteres já tiveram pedidos de apelação negados.


Pincus afirmou que todas as suas fontes do governo se recusaram a liberá-lo do compromisso de confidencialidade. O jornalista disse que também falou com uma fonte que ‘pode ou não ser considerada como uma fonte do governo’, e que esta o liberou. ‘Estou preparado para responder às questões identificando a fonte que me liberou do compromisso de confidencialidade’, afirmou. O jornalista ressaltou, entretanto, que não tem como cumprir seu trabalho de repórter da editoria de segurança nacional se não puder prometer anonimidade às fontes. Informações de Christopher Lee [The Washington Post, 6/12/05].