Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Repórteres vetados por divulgar nome de testemunha

O Pentágono proibiu que quatro jornalistas voltem à base militar americana na Baía de Guantánamo, em Cuba, depois que eles publicaram o nome de uma testemunha, mesmo tendo sido alertados a não fazê-lo, noticia David McFadden [AP, 7/5/10]. O Exército dos EUA proibiu a divulgação do nome da testemunha na cobertura da audiência de Omar Khadr, prisioneiro canadense de 23 anos acusado de matar um soldado americano no Afeganistão. ‘Seus repórteres publicaram o nome de uma testemunha cuja identidade foi protegida na corte’, afirmou o porta-voz do Pentágono, coronel Dave Lapan, em e-mail a organizações de notícias.

Os repórteres que divulgaram o nome – Carol Rosenberg, do Miami Herald; Michelle Shephard, do Toronto Star; Paul Koring, do Globe and Mail; e Steven Edwards, do Canwest News Service – foram proibidos de participar de audiências futuras, mas as organizações de mídia poderão enviar outros jornalistas.

Editores pretendem apelar da decisão do Pentágono. ‘Estamos cobrindo Guantánamo por anos e sempre seguimos as regras – até neste caso. Esperamos resolver isto e continuar a cobrir este caso importante, como sempre fizemos’, afirmou Mindy Marques, chefe de redação do Miami Herald. O editor do Toronto Star, Michael Cooke, classificou a proibição como absurda. ‘Isto é ridículo e injusto’, alegou.

Atualmente, repórteres podem cobrir audiências da corte, mas são proibidos de falar com os participantes. Além disso, são os militares que decidem que fotos ou vídeos podem ser divulgados. Khadr enfrentará julgamento militar em julho, por diversas acusações, entre elas apoio ao terrorismo e assassinato. Segundo o Exército, ele era um soldado da al-Qaeda quando colocou bombas em estradas no Afeganistão e aremessou uma granada que matou o sargento americano Christopher Speer, em 2002. Seus advogados negam que ele tenha jogado a granada.