Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Revista acusada de incentivar obesidade

Obesidade infantil é um problema grave que cresce em proporções assustadoras nos EUA. Hoje, 15,3% das crianças entre cinco e 11 anos e 15,5% dos adolescentes entre 12 e 19 anos são obesos no país, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo National Advertising Review Council em maio deste ano. Estes índices triplicaram de tamanho desde 1980. O objetivo da pesquisa era conscientizar os anunciantes e os veículos de comunicação de sua responsabilidade no assunto.

Mas aparentemente o significativo aumento dos números não surtiu efeito. Enquanto a conceituada revista National Geographic ataca o problema, estampando em sua capa a matéria ‘The Heavy Cost of Fat’ (‘O alto custo da gordura’), sua irmã mais nova, a National Geographic Kids, dedicada ao público infantil, é acusada de contribuir para o crescimento do índice de obesidade ao publicar anúncios de comidas nem um pouco saudáveis.

O Center for Science in the Public Interest enviou uma carta à National Geographic Society, responsável pela publicação das duas revistas, para reclamar da presença de uma grande quantidade de anúncios de cereais açucarados, balas, doces e salgadinhos.

De acordo com o Publishers Information Bureau, as páginas com anúncios publicitários cresceram 7,5% de janeiro a junho na National Geographic Kids. O publisher da revista, Rainer Jenss, afirmou que a crítica será levada em consideração e terá todos os seus pontos analisados. Porém, Jenss adianta que os maiores responsáveis pelas vendas da revista são os pais, e não as crianças. Uma pesquisa interna mostrou que, durante os 17 meses em que o Center for Science examinou a National Geographic Kids, pais compradores aumentaram sua circulação de 700 mil para 1,2 milhão de exemplares. Muitos representantes da indústria de alimentos argumentam que a obesidade é um problema de responsabilidade pessoal ou paternal, e não algo que necessite a intervenção de grupos independentes ou do governo, afirma Nat Ives [The New York Times, 21/7/04].