Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Revista egípcia censurada

Censores egípcios proibiram as vendas da última edição da revista Cairo, como informa Brian Whitaker, do The Guardian [12/8/05]. A revista colocou na capa fotos de agentes de segurança à paisana atacando manifestantes pró-democracia que apóiam a renúncia de Mubarak, em protesto realizado no dia 30/7, no Cairo. ‘Em minutos, gangues de homens comandados por policiais armados à paisana atacaram os protestantes, batendo, chutando e levando-os em vans policiais’, dizia a revista. Um dos grupos que fazem campanha contra a reeleição de Mubarak, o Kifaya, disse que 19 de seus líderes foram presos. As cenas foram testemunhadas e reproduzidas pela mídia internacional.

A multidão protestava contra o anúncio da intenção do presidente Hosni Mubarak de concorrer ao quinto mandato consecutivo, prometendo reformas políticas e constitucionais. Murabak está no poder há 24 anos, governando o país sob estado de emergência. O presidente vem sofrendo pressão interna e externa para introduzir reformas democráticas no Egito e concordou em realizar eleições presidenciais, que acontecerão no próximo mês, com vários candidatos. Desde então, candidatos da oposição estão sendo perseguidos e manifestações pacíficas reprimidas. O governo continua a censurar e manipular a mídia.

É a terceira vez em três meses que as autoridades egípcias censuraram a Cairo, publicada em inglês. Recentemente, exemplares foram suspensos temporariamente – aparentemente pela revista ter se oposto a um relatório sobre o referendo constitucional de maio e por ter publicado uma charge que mostrava o Partido Nacional Democrático, do governo, como um monstro feroz.

A revista, lançada há seis meses, declara que tem como objetivo ser independente. As outras principais publicações em inglês do país – o semanário al-Ahram e o diário Egyptian Gazette – estão ambos sob o controle indireto do governo.