A revista Rolling Stone foi lançada em 1967, nos EUA, como um veículo de contracultura que falava aos jovens da época. Sua cobertura política teve relevância durante os anos 70, mas os jovens cresceram e a Rolling Stone perdeu sua voz. Hoje, ela dá sinais de tê-la recuperado. Na semana passada, um perfil do general que comandava as tropas americanas no Afeganistão acabou provocando uma breve crise no governo de Barack Obama – e levou à demissão do general em questão. A Rolling Stone voltou à pauta.
Fundada pelo liberal Jann Wenner, a revista teve as ‘tendências subversivas’ de suas primeiras décadas adormecidas durante os anos 90. Elas voltaram, entretanto, sob o governo conservador de George W. Bush. A matéria da semana passada, que acompanhou a rotina do general Stanley McChrystal e sua equipe e revelou comentários nada lisonjeiros ao governo, mostra que a Rolling Stone faz jornalismo.
Política e economia
A reportagem sobre McChrystal entra na série de matérias contundentes do último ano. Um artigo em que o banco de investimentos Goldman Sachs é descrito como uma ‘grande lula vampiresca’ sugando ‘sem piedade’ o sangue da humanidade foi uma das peças jornalísticas mais debatidas na mídia americana sobre a crise financeira. Em junho, a Rolling Stone publicou uma matéria crítica à regulação do governo Obama sobre a indústria do petróleo, que também reverberou com força nos canais de notícias a cabo e na blogosfera.
Ainda que as vendas da revista no primeiro trimestre de 2010 tenham ficado um pouco abaixo das do ano anterior, ela tem conseguido atrair uma atenção enorme para sua cobertura política e mantém um número de leitores fieis, com idade média de 30 anos. Hoje, a circulação quinzenal é de aproximadamente 1,5 milhão de cópias. Informações de Jeremy W. Peters [The New York Times, 27/6/10].