O secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, criticou a cobertura americana da guerra do Iraque e acusou jornalistas de se apressarem em encontrar falhas na atuação do exército, segundo informações da Editor & Publisher [05/12/05]. ‘Chegamos a um tempo estranho neste país, no qual o pior sobre os EUA e sobre o exército parece ser tomado tão rapidamente como verdade pela imprensa e divulgado em todo o mundo, geralmente com pouco contexto e exame minucioso. Há um grande contraste entre o que os americanos estão lendo e escutando sobre o Iraque e as visões dos iraquianos’, afirmou Rumsfeld na segunda-feira (5/12).
Ironicamente, estas declarações vêm logo após as denúncias de que o exército pagou a jornais iraquianos pela publicação de matérias elogiosas à missão dos EUA no Iraque. Rumsfeld, no entanto, alegou que ‘não sabemos quais são os fatos ainda’. O secretário também acusou as organizações de mídia de focar nas mortes de membros da tropa americana, sem oferecer o contexto sobre os motivos que os levaram à morte. ‘Não dá para escrever a matéria completa da batalha de Iwo Jima, na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, simplesmente listando os cerca de 26 mil americanos feridos ou mortos em 40 dias em Iwo Jima. É apropriado informar não apenas quantos americanos foram mortos, mas por que causa eles morreram ou, mais precisamente, por que causa eles viveram .’
A administração citou dados que mostram que a força e o treinamento das tropas iraquianas estão crescendo. Mas em uma entrevista na segunda-feira (5/12) à Associated Press, o vice-presidente iraquiano, Ghazi al-Yawer, discordou desta informação, afirmando que o treinamento das tropas iraquianas sofreu diversos atrasos nos últimos meses, porque algumas unidades de segurança estão sendo usadas para perseguir políticos rivais.