Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Sarkozy anuncia plano de ajuda à imprensa

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou, na semana passada, ajuda de 600 milhões de euros, nos próximos três anos, para a imprensa escrita francesa. O objetivo do presidente é auxiliar os veículos que sofrem prejuízos com a crise econômica que atinge todo o mundo. Sarkozy declarou ainda que cada aniversariante de 18 anos na França receberá gratuitamente, em 2009, uma assinatura do jornal de sua escolha, para que o índice de leitura de jornais aumente. A tiragem de todos os diários nacionais franceses soma oito milhões, metade da do Reino Unido. O jornal de maior circulação é o esportivo L´Equipe. ‘O hábito da leitura é algo aprendido desde cedo’, defende o presidente.

O governo francês fornece 1,5 bilhão de euros em ajuda estatal direta e indireta à mídia a cada ano. Ainda assim, a imprensa francesa é uma das menos rentáveis da Europa, sufocada pelo sindicato de gráficos – o comunista Le Livre –, pela falta de bancas para a venda jornais e pelo declínio no número de leitores. A confiança do público na mídia é uma das mais baixas, na medida em que políticos reescrevem suas próprias entrevistas para publicação e que o presidente tem diversos amigos no setor. Sarkozy foi, inclusive, comparado a premiê italiano Silvio Berlusconi, por seus oponentes políticos, por apertar o controle sobre a TV pública do país.

Presente de mãe

No novo plano de ajuda, Sarkozy promete diminuição de impostos para investidores de jornalismo online e aumento dos anúncios estatais em jornais impressos e online. As regras serão mudadas para que investidores de fora da Europa possam adquirir um maior número de ações de diários franceses. O presidente também deverá intervir no sindicato de gráficos para baixar os custos de impressão em até 40%.

Na opinião de Laurent Joffrin, editor do Libération, que já havia criticado as políticas de Sarkozy com relação à imprensa, as medidas anunciadas na semana passada ‘fazem sentido’. No entanto, ele disse que não foram divulgados detalhes da negociação com o sindicato de gráficos. Informações de Angelique Chrisafis [The Guardian, 23/1/08] e Laurent Pirot [AP, 23/1/09].